25 novembro, 2015

A cruz de muitos

Sábado, 5 de setembro de 2015, Retiro Anual de São Francisco. Naquela tarde o pregador do retiro, Frei Valdir Nunes Ribeiro, motivava-nos a refletir sobre o Capítulo 30 da vida de São Francisco por Tomás de Celano, o qual conta o episódio em que São Francisco remonta a cena do nascimento do menino Jesus, e também sobre a cruz que um dia ele haveria de carregar. Foi pedido para que recordássemos um momento de nossas vidas onde nos deparamos com as cruzes, mas também para que fôssemos até a estrebaria a fim de aprofundarmos melhor sobre como se deu o dia e o momento da vinda do Emanuel.


Após o encontro, cada um a seu tempo foi até a estrebaria nas dependências do seminário para realizar sua reflexão. Enquanto refletíamos sobre os temas propostos, a equipe responsável pela oração naquela noite pediu para que cada um montasse uma cruz, pois seria de suma importância para a participação de todos naquela oração.

Então, todos logo trataram de procurar galhos e gravetos para a confecção de suas cruzes. Mas houve alguém que resolveu ir um pouco mais além. Ao ver o que este meu irmão estava fazendo, perguntei se não seria um pouco de exagero, ele disse que não sabia ao certo, mas tinha a convicção de que iria fazer. Diante desta afirmação a única reação que tive foi a de querer ajudar, já que ele estava um pouco enrolado. Logo em seguida alguns outros foram chegando e eu creio que assim como eu, se sensibilizaram com tamanha ousadia daquele irmão em construir uma cruz que rompia com o comodismo, que muitos de nós tivemos ao montar uma cruz fácil de carregar. 

Por fim, o desejo de um, tornou-se desafio para sete, mas enfim ficou pronta. Chegada a hora da oração, todos se encontraram para o início de uma procissão, e eis que chega aquele irmão com uma cruz que provavelmente tinha o dobro de sua altura. Na hora começaram os murmúrios, risadas e olhares acusadores, mas eu só conseguia ver aquela cruz como o maior gesto de fraternidade que pude ver até então na casa, e um dos maiores até hoje.



“Tende uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo”. 1Pd, 3.16.

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