Após o encontro, cada um a seu tempo foi até a estrebaria nas dependências do seminário para realizar sua reflexão. Enquanto refletíamos sobre os temas propostos, a equipe responsável pela oração naquela noite pediu para que cada um montasse uma cruz, pois seria de suma importância para a participação de todos naquela oração.
Então, todos logo trataram de procurar galhos e gravetos para a confecção de suas cruzes. Mas houve alguém que resolveu ir um pouco mais além. Ao ver o que este meu irmão estava fazendo, perguntei se não seria um pouco de exagero, ele disse que não sabia ao certo, mas tinha a convicção de que iria fazer. Diante desta afirmação a única reação que tive foi a de querer ajudar, já que ele estava um pouco enrolado. Logo em seguida alguns outros foram chegando e eu creio que assim como eu, se sensibilizaram com tamanha ousadia daquele irmão em construir uma cruz que rompia com o comodismo, que muitos de nós tivemos ao montar uma cruz fácil de carregar.
Por fim, o desejo de um, tornou-se desafio para sete, mas enfim ficou pronta. Chegada a hora da oração, todos se encontraram para o início de uma procissão, e eis que chega aquele irmão com uma cruz que provavelmente tinha o dobro de sua altura. Na hora começaram os murmúrios, risadas e olhares acusadores, mas eu só conseguia ver aquela cruz como o maior gesto de fraternidade que pude ver até então na casa, e um dos maiores até hoje.
“Tende uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo”. 1Pd, 3.16.
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