25 setembro, 2013

Discurso sobre "bullying"


A sessão do Grêmio Literário desta semana, ocorrida ontem, dia 24, tratou do atualíssimo tema do Bullying. O orador da noite, Gabriel L. Geremia, discursou sobre o tema cuja crítica ficou a cargo do agremiado Matheus J. Borsoi. Leia o discurso na íntegra:

"Porque é mais fácil respeitar seus amigos que te divertem, do que os professores que te passam ensino". (Autor desconhecido)

Saúdo com grande alegria a mesa diretora composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; pelo presidente, Gustavo Antônio Gomes Ferreira; e, pelo secretário, Ítalo Viggiani Santos e estendo minha saudação a todos os agremiados e seminaristas.

Galgo esta tribuna, hoje, para falar-vos sobre um tema que todos conhecem, sendo esse o bullying. Meu objetivo é expandir o conhecimento sobre este ato condenável, pois nem todos sabem quando ocorre e se o que está fazendo é, de fato, bullying.

Para melhor entendimento de minha prédica, dividirei-a em duas partes:
- o que é bullying?
- o que gera o bullying?

O que é bullying?

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = "valentão") que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos, e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas fazem parte, como a escola, faculdade, universidade, família ou até mesmo no local de trabalho ou entre vizinhos.

O que gera o bullying?

Quem de vocês já zoou alguém na escola? Ou foram zoados? Risadinhas, empurrões, fofocas, apelidos como "bola", "rolha de poço", "quatro olhos". A maioria de vocês já testemunharam uma dessas "brincadeiras" ou foram vítimas delas.

Mas esse comportamento, considerado normal por muitos pais, alunos e até mesmo professores, está longe de ser inocente. É tão comum entre as crianças e adolescentes que recebeu um nome especial, carinhoso até: esse nome adotado é bullying. Derivado do inglês, é utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes de todas as idades.

Traduzindo ao pé da letra, seria algo para intimidar a vítima. Trocando tudo isso em miúdos, quem sofre com o bullying é aquele aluno perseguido, humilhado, intimidado.

Então não devemos encarar esse ato como brincadeira de criança, mas um ato que pode destruir com um adolescente ou uma criança. Especialistas revelam que este ato, que acontece no mundo todo, pode provocar nas vítimas, desde diminuição na auto estima até o suicídio.

Bullying diz respeito a atitudes agressivas, intencionais e repetidas, praticadas por um ou mais alunos contra outro. Portanto, não se trata de brincadeiras ou desentendimentos eventuais.

Citarei, agora, dois fatos verídicos:

Em janeiro de 2003, Edimar Aparecido Freitas, de 18 anos, invadiu a escola onde havia estudado, no município de Taiúva, em São Paulo, com um revólver na mão. Ele feriu gravemente cinco alunos e, em seguida, matou-se. Obeso na infância e adolescência, ele era motivo de piada entre os colegas.

Na Bahia, em fevereiro de 2004, um adolescente de 17 anos, armado com um revólver, matou um colega e a secretária da escola de informática onde estudou. O adolescente foi preso. O delegado que investigou o caso disse que o menino sofria algumas brincadeiras que ocasionavam certo rebaixamento de sua personalidade.

Vale lembrar que os episódios que terminam em homicídio ou suicídio são raros e que não são poucas as vítimas do bullying que, por medo ou vergonha, sofrem em silêncio.

Além de haver alguns casos com desfechos trágicos, como os citados, esse tipo de prática também está preocupando por atingir faixas etárias cada vez mais baixas, como crianças dos primeiros anos de escolarização. Dados recentes mostram sua disseminação por todas as classes sociais e apontam uma tendência para o aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade dos alunos. Diversos trabalhos internacionais têm demonstrado que a prática de bullying pode ocorrer a partir dos 3 anos de idade, quando a intencionalidade desses atos já pode ser observada.

Tenho dito e muito obrigado!

Por Gabriel Luiz Geremia, seminarista do 2º ano



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