“Ainda hoje convida a Igreja todos os seus filhos
a considerarem e a meditarem na vantagem que pode oferecer o uso das
indulgencias, para favorecer a vida de cada um deles, bem como a de todas as
comunidades cristãs.” Paulo VI
Saúdo com grade estima a mesa diretora ...
Venho-vos falar hoje sobre Indulgências pela qual
recebemos a remissão das penas temporais, as sequelas do pecado. Para melhor
compreensão dividirei a minha prédica em três tópicos, a saber:
- História das Indulgências;
- O que são? ;
- Como consegui-las;
Dou inicio ao Primeiro tópico: História das
Indulgências.
Elas existem desde os primórdios da Igreja, onde
era usada como o poder da Igreja de remir as penas temporais. Eram dadas na
antiguidade aos pecadores que reconhecendo sua culpa aceitaram as pesadas
penitencias, como: Jejum, Cilício, Autoflagelo, entre outras. Tais práticas
tinha a função de remir as penas causadoras das inclinações malignas, mesmo que
os pecados já tivessem sido perdoados, logo o homem não voltaria a pratica-lo.
Mas o que são Indulgencias? Assim entro no meu
segundo tópico, O que são?
Nos ensina a doutrina das Indulgencias: “
Indulgencias é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devido aos pecados
já perdoados quanto a culpa, que o fiel, devidamente dispostos e em certas e
determinadas condições alcança por meio da igreja, a qual como dispensadora da
redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de
Cristo e dos Santos.”
Para entendermos melhor temos que pensar na
palavra ‘remissão’, ou seja, livra, liberta, mas liberdade do que? Liberta da
pena temporal deixada como uma mancha pelo pecado já perdoado que tem duas
consequências: a culpa e o dano ou pena, consequência da culpa. Logo para
estarmos livres do pesado temos que receber da igreja, pela reconciliação, o
perdão da culpa e limpar, arrumar a desordem causada por ela, ou seja, cumprir
a pena.
Nos diz São Tomas de Aquino: “ sendo o pecado um
ato desordenado, é evidente que todo que peca, age contra alguma ordem. E é
portanto decorrência da própria ordem que seja humilhado. E essa humilhação é a
pena.” Nisso nós entendemos a diferença do pecado grave que nos priva
totalmente a comunhão com Deus, assim ficamos incapazes da vida eterna. Por outro lado o pecado venial
acarreta um apego que exige purificação que ou depois da morte, no estado do purgatório,
“das penas temporais”, nos diz o catecismo da Igreja.
Para melhor compreensão imaginemos um pai. Seu
filho erra, ele o perdoa, porque o ama e o quer bem, mas ele não acolhe e não é
conveniente comas más atitudes, mas antes o corrige e ensina a não voltar no
erro e que repare seus estragos. Deus é como esse pai, não é o castigo que o
faz feliz, muito menos quer o castigar, mas seu amor, sua misericórdia é tão
grande que quer ver o perdoado, livre de toda sujeira de sua alma. Isso é o
velho ditado “arrancar o mal pela raiz” Deus nos ama, e por isso, confia a
igreja o poder de dar ao fiel arrependido a oração da Indulgência.
Não só nós, ainda vivente neste mundo temos
direito a apagar esses danos, mas é extremamente caridoso doa-los, oferta-los
aos nossos irmãos que padecem no purgatório esperando como nós, encontrar-se
face a face com o Criador.
Mas como consegui-las? Falaremos um pouco sobre
isso neste terceiro tópico:
A Indulgência pode ser parcial ou plenária,
segundo o grau de libertação do dano. Só nos é concedido pela Igreja através do
Sumo Pontífice ou por quem ele confiar. O bispo diocesano pode conceder a suas
ovelhas Indulgencias parciais. Podem recebê-las varias vezes ao dia, mas as
plenárias uma vez ao dia, no entanto, aqueles em perigo de morte podem
recebê-las varias vezes também.
Para estarmos devidamente preparados para receber
as ditas Indulgencias temos de ter confessados, comungados e rezado pelo
Pontífice. Essas três condições podem ser feitas dias antes e depois de lucrada
a Indulgencia. Convém, contudo que se faça no dia. Vejamos algumas situações
que podemos lucrar parcialmente indulgencias:
- Dedicar-se em ensinar e aprender a doutrina cristã;
- Bem preparar-se para a confissão, com o exame de consciência e recita o ato de contrição;
- Participar mensalmente de retiros e recolhimentos:
- Se entregar por inteiro a oração mental;
- Rezar invocando o anjo da guarda;
- Rezar por nossos benfeitores;
- Entre outras...
Quanto as Indulgencias plenárias:
- Adorar o Santíssimo por meia hora no sacrário;
- Assistir piedosamente a primeira comunhão de alguém, ou comungar pela primeira vez;
- Fazer exercícios espirituais por no mínimo três dias no mês;
- Adorar o Madeiro na Sexta-Feira Santa;
- Recitar o Veni Creator no primeiro dia do ano ou no dia de pentecoste, publicamente.
- Entre outras...
Não podemos cair no erro de pensar que as
indulgencias são as moedas pela qual se chega ao céu.
Por vezes temos este pensamento mesquinho: “posso
pecar, me confesso, cumpro a penitencia e ganho a indulgencia”, fazemos repetir
esse ciclo algumas vezes, mas não é por aí que devemos andar. O perdão dos
pecados e a remissão do dano são puramente graça e misericórdia de Deus. Ao
pensar-nos como dito anterior estamos brincando com Ele que nos dá tudo para
voltarmos ao seu repouso.
Quando pensei esse tema juro que não me empolguei
tanto, mas ao estuda-lo vi o quão grande é a riqueza da Igreja, independente
dos movimentos que vão surgindo, independente das divergências, das crises.
Tomemos cuidado para não esquecermos tais riquezas.
Rezemos em nossas orações pessoais pelas almas,
nossas irmãs que padecem pelo Papa, pelos necessitados. Voltemos ao seio da
Igreja, ela tem muito a nos oferecer.
“Uma conversão que procede de uma ardente
caridade pode chegar a uma total purificação do pecador, não substituindo mais
nenhuma pena.” Concilio de Trento.
Boa noite a todos...
Agremiado Flávio Ysmael Ribeiro Santos
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