Discurso no Grêmio Literário – O PEQUENO PRÍNCIPE
“Só se vê bem com o coração. O
essencial é invisível aos olhos”. Frase do livro O Pequeno Príncipe.
Caros irmãos, falarei a vocês
sobre as duas realidades e o objetivo, que são expressos no livro O Pequeno
Príncipe.
Bem, vocês podem perguntar: Por
que escolhi uma obra infantil para a minha prolação? Posso responder-lhes que
dela pude refletir a realidade que vivemos os fatos que acontecem no mundo e
como podemos mudar; fazer o novo para nós e a cada indivíduo.
Então, divido o meu discurso em
três tópicos, sendo o primeiro: “As Pessoas Grandes”; o segundo: O Significado
de Ser Criança; e o terceiro: O Essencial.
No meu primeiro tópico, falando
das “Pessoas Grandes”. Mencionarei personagens participantes da história do
Pequeno Príncipe, que revelam características do próprio adulto, ou melhor, do
“homem sério”. Logo, os que me chamaram mais a atenção foram: o Rei, o Vaidoso,
o Bêbado e o Empresário. O primeiro, então, cria um aspecto autoritário e
egoísta, do qual resulta numa “soberania”; sente-se maior que as pessoas e
tenta controlá-las para satisfazer somente a sua vontade, é um ditador. No
segundo, é mostrada a grande importância pela aparência, a estética; revelando
um egocentrismo, do qual a pessoa é melhor em tudo, um ser perfeito e
“imortal”. Isso é revelado, inclusive, quando o menino príncipe pergunta o que
é o ato de “admirar” e o Vaidoso responde com muito orgulho: “Significa
reconhecer que eu sou o homem mais belo, mais bem-vestido, mais rico e mais
inteligente de todo o planeta”. Sabendo que apenas ele morava naquele mundo, demonstra
claramente que esse está preso a um lugar só seu; como dizem: está no seu
“mundinho”; das vaidades. O terceiro é o Bêbado, tem uma vida triste e amargurada,
não quer mais fazer algo; não pensa nem age, tenta só ficar no seu canto
fazendo o que mais gosta: beber para esquecer os seus erros cometidos; pois a
esperança de seguir em frente é inexistente, foi cessada, acabou. Como tinha
dito ao garoto: “Bebo para esquecer que tenho vergonha de beber”. Por quarto, o
Empresário faz-se como uma pessoa administradora, sua vida é resumida no
“possuir mais”; querer todas as coisas do mundo, ou mesmo, do universo. Ele
somente pensa em ganhar algo para que sua quantidade de propriedades aumente, é
ganancioso, não tem tempo para nada, nem para fazer exercícios físicos – disse
ao menino – que, por falta disso, teve crise de reumatismo. Assim, as coisas
que ganha só poderá utilizar para duas funções: Contar e Recontar.
Agora passo para o segundo
tópico, questionando novamente vocês: O que é ser criança? Podemos pensar,
primeiramente, naquele ser humano pequeno que gosta de brincar, é curioso,
chora por uma coisa que deseja, ou mesmo, procura intensamente aquilo que
perdeu? Isso está totalmente correto. Assim é ser uma criança; as crianças são
felizes, pois sabem o que procuram. Como foi revelado na parte que o menino
encontra um manobreiro. Elas buscam saber mais, como já dito antes: são
curiosas. Questionam seus pais, os parentes, os amigos com as perguntas: O que
é aquilo? Que isso? Por que isso ocorre?... entre outras. Elas têm estima com o
próximo, são grandes companheiras, ou seja, amigas; se veem alguém chorar vão
ao encontro desse para acalmá-lo; são sentimentais, deixam-se colocar no lugar
daquele que está precisando de ajuda, pensam em alguma solução. Não são sérias,
brincalhonas sim, deixam todas as coisas ruins de lado para terem uma vida
feliz, pois sabem que ao redor delas há pessoas que se preocupam, cuidam, amam
e respeitam a todos. Elas constituem a nova geração, da qual tem pensamentos
diferentes das “Pessoas Grandes”, pois se importam com o próximo, enquanto “os
sérios” pensam em si mesmos, são egoístas, traiçoeiros, solitários, e,
principalmente, gananciosos, só veem as coisas como propriedades deles. Posso
lembrar também que, em uma das passagens do Evangelho segundo Marcos, inclusive
de Mateus e Lucas, é mencionado o valor importantíssimo das crianças. Jesus
disse aos seus discípulos: “Deixem as crianças virem a mim. Não lhes proíbam,
porque o Reino de Deus pertence a elas. Eu garanto a vocês: quem não receber
como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele”. Elas são imagem do humilde,
o necessitado, que não tem ganância, nem quer o mal, deseja seguir Deus, porque
sabe que Ele escuta o humilhado que grita por ajuda.
Por fim, começo o terceiro
tópico, em que o autor do livro, Antoine de Saint-Exupéry, remete a frase que
usei no meu exórdio; ele demonstra claramente qual o modo de acharmos o nosso
essencial; não é pelos olhos, mas pelo coração. Um exemplo disso é a escolha
que São Francisco de Assis fez para a sua vida inteira, ouviu o chamado de Deus
em seu interior, deixou tudo que tinha por um único ideal: foi servir os seus
irmãos necessitados e excluídos, os leprosos. Grandes exemplos que lutaram
pelos seus ideais foram: Mahatma Gandhi, Martin Luther king, Madre Teresa de
Calcutá, Nelson Mandela, Abraham Lincoln, Dom Oscar Romero, entre muitos
outros. Não é fácil encontrar o essencial no mundo em que vivemos; essas
pessoas que citei são exemplos disso, elas sofreram, mas não deixaram que os
obstáculos as parassem, foram fortes até o fim. Alias, o ato de dominação, ou
seja, alienação é constante no dia a dia; querem que nós nos tornemos “pessoas
grandes”, alienadas, do qual não pensamos em viver e procurar nossos sonhos e
objetivos, mas sim, termos o foco de obtermos um mundo somente nosso, onde há
solidão e avareza. Sendo classificados como pessoas muito estranhas, como disse
o principezinho quando visitou os planetas desconhecidos em uma viagem à
procura de um objetivo: como cuidar de sua rosa. Essa se tornou a única no
universo inteiro, ele deixou-se ‘cativar’ por ela, ficaram dependentes um do
outro, formaram um laço, difícil de ser rompido. Isso demonstra a dependência
que temos pelos outros, o amor em querer ajudar, ir ao encontro daqueles que
precisam, tentar achar o essencial que Deus revela dentro de cada um de nós.
Mas, o que será esse essencial? Saberemos quando agirmos para encontrá-lo.
Então, peço a vocês, meus irmãos,
que se dediquem ao máximo para seguirem seus objetivos, buscarem seus sonhos,
terem mentes abertas a tudo, para que, com as experiências, possam ganhar mais
sabedoria, inteligência e amor. Sejam a nova geração, porque o ato de estar a
serviço do irmão é o caminho que nos leva ao ideal procurado, porém apenas
achado no interior de nós. Sejamos aqueles que querem mudança, para um mundo
justo e igual, onde a fonte da esperança brota na comunhão, na união entre
culturas, etnias e religiões.
Termino essa minha prolação com
uma frase de Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.
Tenho dito e muito obrigado.
Thierry Melo de Paula - Aspirante 3º Ano
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