29 maio, 2015

Discurso sobre as "Mães"

No dia 10 de maio, dia das mães, o Grêmio Literário, em sua 12ª sessão do ano, celebrou o dia das mães com um belo discurso proferido pelo agremiado Ruan Felipe Sguissardi, que falou sobre o significado de ser mãe. Confira o discurso!


"Mãe de barriga ou mãe de vida, mãe desde sempre ou escolhida, os tipos mudam, mas o amor não. Feliz dia das mães!"

Saúdo com estima e alegria a Mesa Diretora composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; pelo presidente, Gabriel Isac Rodrigues da Silva; e o secretário, John Kelson Saraiva Pereira Alves. E estendo minhas saudações a todos os meus amigos, agremiados, seminaristas e demais freis.

"Era uma vez uma mãe e um filho que se amavam tanto. Certo dia, a mãe estava bastante ocupada e, então, pediu para o filho buscar algumas coisas no supermercado. O mesmo foi, e chegando em casa, jogou as compras em cima da mesa e não falou nada para a mãe. Pegou um rascunho e começou a anotar todos os serviços que tinha feito para a mãe e jogou em cima da mesa. Estava escrito: varrer o quintal, uma hora, R$ 10,00; passar pano, duas horas, R$ 20,00; limpar o carro, três horas, R$ 30,00 e, assim por diante, somando o total, em dinheiro, de R$ 170,00. A mãe vendo isso, pegou o mesmo rascunho e escreveu o que ela já tinha feito pelo filho: noites longas com você doente, 18 horas, nada em dinheiro; ajudando você com os deveres da escola, 38 horas, nada em dinheiro; e assim por diante. Observação da mãe: todas as horas da mãe não têm preço, o trabalho da mãe não é valorizado pois é feito na doação, no amor sincero. O amor de mãe não tem tempo, nem custo".

Este pequeno e singelo conto, num estilo de linguagem simples, espelha o que vai na alma do amor de mãe sobre os seus filhos.

O segundo domingo de maio de todos os anos é dia santo. Mais que um dia santo de guarda, porque são de guarda todos os domingos, é um dia santo de homenagem. Dia em que comemoramos o dia da santa canonizada por cada um de nós: a nossa mãe. Ora, se os melhores dicionários definem um santo como a pessoa que é "sagrada, que vive segundo os preceitos religiosos, a lei divina; respeitável, venerável, veneranda; que tem bom coração, bondosa em extremo; que não pode ser violada ou profanada; respeitante às coisas divinas, à religião, ao culto; útil, proveitosa, profícua e eficaz", quem mais preencheria tantos requisitos, em uma única pessoa, se não as nossas mães?

Meus caríssimos, será que nós reconhecemos estes tantos atributos em nossas mães? De fato, o amor de mãe, na verdade, não há palavras para descrever. É um amor que simplesmente nunca se acaba.

Hoje, falar-vos-ei sobre o real significado de ser mãe.

Para melhor entendimento de minha prédica, dividirei-a em três tópicos:
- história do dia das mães;
- martírio materno;
- o papel que ela exerce.

Vocês sabem como e onde surgiu o dia das mães?

Surgiu na Filadélfia, em 1925, quando uma mulher deu um cravo branco para a sua mãe que tinha falecido. Esta flor era guardada como um símbolo. Esta mulher se chamava Anna Jarvis, a criadora do dia das mães.

Ela foi presa por ter denunciado uma associação de mães que tinha vendido o cravo branco por preços extravagantes. Ela pagou em liberdade, mas com o passar dos anos, este dia foi transformado em um comércio sórdido. Daí ela passou a escrever cartas e mais cartas que eram publicadas pelos jornais do mundo inteiro. Ela queria passar o real significado do dia das mães, que era e é uma data onde todos nós temos por obrigação comemorar em família e com as nossas mães, e não como era feito, só uma data qualquer em que se compra várias coisas e finge-se que se lembra do mesmo.

Anna Jarvis lutou e conseguiu passar o real significado do glorioso dia das mães. Essas heroínas a quem devemos tudo o que somos, iniciando por nossas próprias vidas.

Será que cada um de nós oferecemos o verdadeiro amor que temos por nossas mães? Pelas nossas atitudes, atos, palavras de amor a nossas mães e aos outros?

E é nesse sentido de gratidão e veneração que começo a falar sobre o "martírio materno".

O arcebispo Oscar Arnulfo Romero dizia que as mães vivem um "martírio materno". Dar a vida não significa somente ser assassinado. Dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever. É naquele silêncio da vida cotidiana. Dar a vida, pouco a pouco, sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dando-o à luz, amamentando-o, fazendo-o crescer e cuidando com carinho. É dar a vida. É martírio.

Mas o real significado do martírio materno é o ato que a mãe faz de gerar uma vida que somos nós e depois cuidar dela com carinho, amor, aconchego, conselho e tantas outras coisas que elas fazem.

Vocês já pararam para pensar em como é grande e duradouro o carinho que a mãe tem para conosco? Muitas vezes não, porque nós estamos tomados pelo nosso ego e que só o que é importante somos nós mesmos e, assim, não nos lembramos do sentido da nossa vida, que devemos às nossas mães em primeiro lugar.

A mãe é fundamental em nossa vida. Educar os filhos é uma grande missão que Deus confiou aos pais. É por causa da importância dessa tarefa que Ele nos deu o quarto mandamento: "Honrar pai e mãe".

Este é um papel que exige uma meta que devemos seguir. Primeiro é a educação, depois é a promoção do crescimento e amadurecimento em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa.

Vocês já pararam e pensaram sobre o real significado de ser mãe? Mãe é a pessoa que não tem vergonha de ser quem ela é. Pelo contrário, valoriza cada minuto de sua vida.

Será que nós somos filhos verdadeiros? Para ser filho verdadeiro é preciso amar, honrar e venerar nossas mães.

Meus caríssimos, cada pessoa humana deve a vida à uma mãe e quase sempre lhe deve muito da própria existência.

Com tudo isso, motivei-me a falar sobre o real significado de ser mãe, não somente porque ele me foi incumbido, mas para dar enfoque às vidas que as mães geram, que não são tão valorizadas, por seus próprios filhos.

Depois de tudo que vos falei, peço-vos que reflitam sobre o grande papel que a mãe tem em nossa vida. Sabemos que ela faz tudo para ver o seu filho feliz. Por isso peço que vocês façam suas mães mais felizes que já são.

Acabo meu discurso não apenas com uma pergunta ou uma frase, mas com uma música que retrata bem este dia. A música "Mãe", de Rick e Rener. (A canção é executada pelos agremiados).

Mãe, por ti conjugo o verbo amar. Mãe, teu conselho nos orienta, teu carinho nos alimenta. Obrigado pela vida, você nunca nos cobro por este presente.

Como disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "Uma sociedade sem mães, seria uma sociedade desumana".

Caríssimos agremiados, diante de tantos exemplos, honremos essa figura que é o modelo em nossas vidas, a nossa MÃE. E mais, busquemos vivenciar esse dinamismo, esse jeito que cada uma delas nos ensina, na sinceridade da doação, do carinho, no serviço sem custo, do entregar ao caminho de Deus!

Tenho dito e muito obrigado!

Por Ruan Felipe Sguissardi, seminarista do 3º ano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário