01 dezembro, 2014

Discurso sobre "Silvio Santos"


“Ritmo de festa que balança o coração...
Festa divertida, colorida de emoção...
Dia de alegria, então sorria e vem pra cá...
A festa continua, a casa é sua, pode entrar!”

Saúdo a Mesa Diretora, composta por Frei Rodrigo da Silva Santos, diretor; Gabriel Luiz Martinelli, presidente; Odilon Voss, secretário. Saúdo também os agremiados, seminaristas e aspirantes, e os frades Frei marcos Estevam de Melo, Frei Anselmo e Frei Douglas.

O carioca da Lapa, filho de Alberto e Rebeca, estampa as páginas deste discurso. Embora, ele já protagonize o dia a dia de muitos brasileiros. Caso vocês não saibam de quem eu estou falando, lá vão algumas dicas: O camelô dono do maior baú do Brasil, possuidor de uma risada inconfundível, com ele os velhinhos se divertem e as celebridades descobrem qual é a música. A dica de ouro é: gosta de dizer coisas duplicadas, e duas vezes ele diz a mesma coisa. É ou não é?

Espero que os colegas de auditório já tenham adivinhado de quem irei falar a partir de agora. Com microfone a capela, milhões de “aviãozinho” no bolso e um jeito de andar com uma marca registrada, este discurso homenageia: Senhor Abravanel ou Silvio Santos? – A história do homem que revolucionou a comunicação brasileira

Para ajudar neste mergulho pela historia do homem do baú, dividirei esta prédica em três partes.
- É o patrão, ou não é?
- Vem pra cá!
- É com você, Lombardi...

É o patrão ou não é?

Nasceu em 12 de dezembro de 1930, 83 anos atrás. Na infância, um de seus passatempos preferidos era ir a Cinelândia e sempre dava um jeito de não pagar. Na adolescência, pensava como iria ganhar dinheiro para ajudar sua família, foi quando observou um homem que vendia “capinhas” para o título de eleitor nas ruas do Rio de Janeiro, nas eleições de 1946. Decidiu fazer o mesmo, ao mesmo tempo em que cursava a escola. Chamava a atenção das pessoas com o som das moedas e o embaralhar de cartas.

Ainda trabalhava como camelô quando teve que servir o exército aos dezoito anos. No dia de folga, aos domingos, ele trabalhava de graça como locutor em uma rádio. De emissora em emissora, foi trabalhar em uma rádio em Niterói, onde tinha que fazer parte do trajeto de barco. Ai teve uma ideia, colocar música na embarcação. Saiu da rádio e apostou todo o seu dinheiro nisso. De tão certo, a barca ganhou um bar e um bingo. Ali já treinava seus dons de animador.

Aos 20 anos, resolveu tentar a vida em São Paulo. Tentou levar seu bar-bingo-barco pra lá, porem, não deu certo. Sem conhecer ninguém tentou a vaga de locutor na Rádio Nacional, e conseguiu. Aí começou a historia de Abravanel na comunicação. Além da risada inconfundível, ele sempre ficava vermelho sempre que envergonhava e por isso ganhou o apelido “peru que fala”.

Como empresário, iniciou ajudando o amigo Manuel de Nobrega no baú da felicidade. Como um gesto de gratidão, Nobrega deu de presente o baú da felicidade. Em 1961 estreou seu primeiro programa de TV, o “vamos brincar de forca” na Tv Paulista (futura TV Globo). Anos mais tarde o programa passou a se chamar “Programa Silvio Santos”.

Vem pra cá!

Quando as luzes se acendem, Senhor Abravanel sai de sena e quem entra no palco é o artista Silvio Santos. Um encanto pessoal o ilumina e sua autoconfiança, conquistada ao longo do tempo, o consagra. “Na década de 60 o programa Silvio Santos conquistou o carinho do publico com atrações como “cuidado com a buzina”, “só compra quem tem”, ‘rainha por um dia”, “partida de 100 e “pergunte e dance”“. No programa marcaram presença o locutor Lombardi e o produtor Roque.

Já, a partir de 1981, no Sistema Brasileiro de Tevê (SBT), Silvio criou os programas: “Qual é a música?” “Porta da esperança”, “em nome do amor”. No final da década de 1990. O SBT apresentou uma das atrações de maior sucesso na TV, o “Show do Milhão”. Também foi no SBT de Silvio Santos que foi lançado um dos maiores “reality Show” do Brasil: “a casa dos artistas”.

Você já se perguntou como surgiu o SBT? Em 1971, Silvio Santos já fazia sucesso com sue jeito de fazer televisão. Seu contrato com a TV Globo terminou e só seria renovado caso ele mudasse o seu jeito popular de conduzir a atração. Silvio não gostou, porem ficou mais cinco anos na emissora a pedido do dono da TV Globo, Roberto Marinho. Foi assim que em 1976 nascia os estúdios Silvio Santos (TVS), depois conhecido com SBT.

Um dos maiores sucessos do humor brasileiro, “A praça é nossa” também foi criação de Silvio Santos dentro de seu programa dominical. Na estreia, Silvou homenageou o amigo de longa data, Manuel de Nóbrega, e se emocionou ao lembrar o começo do Baú da felicidade.

É com você, Lombardi...

“Foi bem bolado”, “Ma oe hihi”, “ai ai ui ui “, auditoriaumm”, “vem pra cá” é com você  Lombardi”, sobraaumm”, “olha o aviãozinho”, “quem quer dinheiro”, “escuta Ivo Holanda”, “eu tenho barras de ouro que valem mais do que dinheiro”.

Certamente vocês já devem ter ouvido diversas vezes esses bordões. Essas sentenças fazem parte do domingo brasileiro a mais de 60 anos. Além disso, a risada e o jeito de andar fazem que Silvio Santos seja uma das pessoas mais imitadas do país. Não à toa. Diversos artistas de diferentes segmentos admitem “imitar” o Patrão. Não podemos esquecer a amizade de Silvio com Hebe Camargo, desde o tempo que era locutor da Rádio Nacional. No velório dela, Silvio se despediu de forma peculiar: com o selinho que encantou a TV brasileira.

Estamos em um tempo de crise e de mortes: pessoas morrem no trânsito, em casa, em guerras e no hospital. Inicialmente pensei em utilizar neste discurso o tema da Paz. Fiz diferente e trouxe para vocês a historia de um homem que cansou de ver sua família passar fome e resolver fazer diferente. Com criatividade e ousadia, deixou de lado o jeito europeu e politicamente correto de se fazer comunicação, e aproximou a TV do povo.

Aos 80 anos, depois de ser um dos homens mais ricos da América Latina, decidiu-se reinventar e criar atrações novas. Seu jeito jovem de ser inspira a nova geração da TV.

Com Silvio Santos aprendemos que com criatividade é possível mudar a historia.
Há um pouco mais de um ano atrás, galguei esta tribuna para proferir o meu discurso de agremiação com o tema a retórica da honestidade. Silvio Santos utilizou de sua retórica para ajudar as pessoas em iniciativas com ao do Teleton. É um retórico da Honestidade.

Encerro este discurso com a frase do Senor Abravanel 
“É com você, Silvio!”

Tenho dito e muito obrigado

Por Vinícius de Menezes Fabreau, aspirante do 3º ano

Fonte: site do SBT- Especial Silvio Santos

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