13 agosto, 2013

Discurso sobre o Dia dos Pais


“Você me escolheu filho, eu te fiz exemplo”. (Cristina Tavares)

Transbordando de alegria, saúdo, com estima, a mesa diretora desta academia, neste momento composta pela pessoa do diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos, e pelo secretário, Ítalo Viggiani Santos. Estendo minhas saudações a todos os agremiados e seminaristas.

Podem falar o que quiserem, mas ele será sempre o melhor, o mais forte, o mais esperto em tudo aquilo que fizer. Ele é um herói, um herói sem capa ou máscara, mas com valor. Um herói que não está na TV e nem nos quadrinhos, mas está no coração dos filhos.

Por isso é que galgo esta tribuna para vos falar sobre grandes heróis: os pais.

Para melhor compreensão de minha prédica, irei dividi-la em duas partes:
- a importância da figura paterna na formação do filho;
- o amor paterno.

Muito mais do que um progenitor, pai não é aquele que somente fecunda a mulher e depois não quer mais nada. Ser pai é muito mais que isso. É amar profundamente, criar, alimentar, transmitir valores, educar com carinho uma criança mesmo sem tê-la gerado.

Vários estudos apontam que a presença de uma figura paterna é essencial na formação psicológica da criança. Vale ressaltar aqui, que essa figura paterna pode ser representada por um tio, um avô ou outro adulto do sexo masculino que participe da vida da criança e que tenha um vínculo satisfatório com ela.

A presença do pai não substitui a da mãe, e vice-versa: elas se completam. O semblante do pai na vida do filho oferece este equilíbrio necessário para que ele viva bem sua vida.

Nós observamos quanto sofrimento existe para aqueles que perderam os pais quando ainda eram crianças. Toda a carência afetiva e emocional gerada, até de forma inconsciente em suas vidas. O pai representa para o filho a segurança e a proteção, e sua ausência traz influências que acabam perdurando por toda a vida. A figura paterna é e sempre vai ser encorajadora. Ela garante ao filho a segurança de alguém que bem o acolha. Ela revigora física e emocionalmente caso haja frustrações.

Observando as ações do pai, pessoa que a criança vê como a mais honesta de todas, projeta-se a conduta do filho. Porém, é essencial que esta seja moldada com correções, conversas e até castigos, coisa que os pais bem sabem fazer.

Hoje em dia é muito comum ouvirmos falar sobre o amor de mãe, como ele é grande e tudo o mais, porém, poucos falam do amor paternal. Sabe-se que o amor materno é sem limites, mas, creio que o amor paterno se equipare a ele. Não é tão lembrado, mas ele também é sem limites.

Um homem torna-se pai desde antes do nascimento do filho, quando o rebento ainda está no ventre materno. O pai já o ama, já faz planos para o futuro, preocupa-se com o sustento e a felicidade da criança que está por vir e, quando o filho nasce, a alegria do pai é incomensurável. Na primeira doença, as preocupações tomam conta. Dos primeiros passos, das primeiras palavras, das primeiras peripécias, nós não lembramos, mas ele as tem guardadas eternamente na memória. Tudo isso e muitas coisas mais ele sente e faz por amor.

Como já disse Mário Quintana: “Pai... são três letras apenas as desse nome bendito. Também o céu tem letras e nele cabe o amor infinito. Para louvar o Nosso Pai todo bem que se disser nunca há de ser tão grande como o bem que ele nos quer. Palavra tão pequenina, bem sabem os lábios meus que és do tamanho do CÉU e apenas menor que Deus!” (Mário Quintana).

Por amor também o pai acaba sofrendo também. Por vezes ele não demonstra sua tristeza, por causa de sua postura séria. Quando o filho ou filha entra na pré-adolescência e passa a se achar auto-suficiente, e por isso deixa de ter tempo para uma conversa, um abraço, um carinho, para fazer alguma coisa juntos, quando acredita não precisar mais de conselhos e não se dá conta de que seu pai não durará para sempre, por amor, e para não constranger os filhos, o pai não fala nada.

Por amor ainda, aquele pingo de tristeza transforma-se em orgulho ao ver o filho tomando suas próprias decisões. Irradia-se de alegria quando o filho fica alegre, se entristece quando o filho se decepciona, se preocupa se o filho não vai bem na escola e quase não dorme a noite se o filho sai de carona com os amigos.

Pai é, acima de tudo, amor. Dedica a sua vida aos filhos e se esforça para conseguir um trabalho para sustentá-los. Às vezes não dá tudo o que eles querem, mas lhes dá o que precisam: educação e amor.

No entanto, também existem alguns pais que não passam de genitores, pois não fizeram nada mais que fecundar a mulher e depois deixar o filho para ela cuidar. Nesses casos, a criança busca a figura paterna em outra pessoa, uma avô, um tio, o padrasto ou outro adulto com quem tenha bons laços e este acaba suprindo a necessidade de um pai.

Agora que já falei um pouco sobre o amor paternal, eu convido você a relembrar de seu pai. Lembre-se e reflita sobre as coisas que ele já fez por você – os sacrifícios próprios, noites ao pé de sua cama quando você esteve doente, coisas que ele deixou de fazer, lugares que deixou de ir, contra a vontade, mas com um sorriso no rosto para te deixar feliz, tudo por amor. Agora pense nas coisas que você fez por ele. Podem até serem muitas, mas não se comparam ao que ele fez por você.

Para melhor concluir minha prédica, lerei um texto de um autor desconhecido:

“Pai, hoje mais que ontem, eu gostaria de estar perto de você, sentindo sua presença calorosa, sei que só posso fazer isso em pensamento, pois quilômetros de distância nos separam nesse momento.

Hoje, no dia dos pais, a saudade me acorrenta, fazendo com que a alma fique anestesiada na lembrança dos bons momentos que passamos juntos.

Mas, mesmo distante, peço a Deus que derrame dos céus bênçãos de vitórias, iluminando seus caminhos por onde andar.

Sei que por inúmeras vezes, teve dificuldade para me conduzir por essa vida, houve tantas renúncias, tantos sonhos adiados se perderam no caminho, e mesmo assim, seu sorriso sempre reluzia, todo brilho e orgulho de ser pai.

Agora que eu cresci, é que vi o verdadeiro valor de ter um pai, um herói, cheio de garra que traz no coração um glorioso troféu, o da vitória de ter criado seus filhos.

Neste dia destinado a você pai, quero lhe dizer que esta distância que nos separa, serve somente para aumentar o amor e a admiração que sinto por você, meu pai...

A distância atiça o amor que quebra as barreiras da saudade”.

Tenho dito e muito obrigado!

Por Gustavo Antônio Gomes Ferreira



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