28 outubro, 2014

Discurso sobre a "Política"

No dia 05 de setembro, ocorreu a 21ª Sessão Ordinária do Grêmio Literário Santo Antônio. O orador da noite, Arthur Emilio Holdefer, assumiu para si a difícil tarefa de falar da política, tema tão atual, e seu desenvolvimento histórico no Brasil. Confira seu discurso:
"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências".
(Pablo Neruda)

Saúdo com estima a Mesa Diretora, composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; o presidente, Gabriel Luiz Martinelli; e ao secretário, Odilon Voss. E estendo minhas saudações aos colegas agremiados, seminaristas e aspirantes.

As escolhas, ou como também podem ser chamadas, as alternativas são feitas através de um processo mental de pensamentos envolvendo o julgamento dos méritos de múltiplas opiniões e a seleção de uma para a ação.

O tema que irei tratar nesta noite será a política. E daí vem a pergunta: mas, então, porque eu comecei a falar de escolhas no início de minha prédica?

Iniciei falando de escolhas, pois quando estamos tomando uma decisão, já estamos fazendo política. O ato de decidirmos algo já se pode denominar como política.

Escolhi abordar este tema pelo motivo de que ele é muito presente no momento. Um dos fatos é porque estamos em ano de eleições. Mas o meu foco central não é abordar os pensamentos dos partidos que temos ou defender algum. Até porque já estamos cansados de ouvir as propostas dos candidatos.

O que irei abordar é a contextualização histórica, e como se fundamentou. Para isso, dividirei minha prédica em dois tópicos:
- onde se originou a política;
- contextualização da política no Brasil.

A política surgiu na Grécia clássica, em que até o seu nome era "politéia". E que era empregada a a tudo que se relacionava à polis (cidade-Estado) e à vida em coletivo. Portanto, podemos chegar a um ponto em comum ao afirmar que a política está relacionada diretamente com a vida em sociedade, no sentido de fazer com que cada indivíduo expresse suas diferenças e conflitos sem que isso seja transformado em um caos social.

Mas mesmo que os historiadores afirmem que os gregos e romanos tenham criado a política, com destaque para a obra "Política" de Aristóteles, não podemos negar a existência de relações de poder e autoridade em civilizações anteriores. De fato, gregos e romanos desenvolveram as características de autoridade e poder no sentido político, ou seja, distinto do poder pessoal daquele que ocupa o cargo.

De certa forma, a política surgiu para garantir a estabilidade social. O agente máximo que garante esta estabilidade é o Estado. E a forma de garantir esta estabilidade acabou se difundido no mundo todo.

A vinda da política para o Brasil já ocorreu quando este foi descoberto. Pois quando as esquadras vieram para o Brasil, elas acabaram empregando sua cultura nos indígenas e que acabaram trazendo junto o seu modelo de política.

E que era a monarquia, em que o rei tem o poder de governar o modo que ele deseja para aquela nação.

A política se solidificou com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, com alguns conflitos em que Portugal enfrentava com a Inglaterra, fazendo com que Dom João tomasse a decisão de trazer toda a corte para o Brasil. A monarquia só se manteve até 1889 no Brasil, e quem era o rei neste tempo foi Dom Pedro II.

O presidencialismo surgiu no Brasil em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca. Após a monarquia, instalou-se um governo provisório presidido por Deodoro da Fonseca, com três funções básicas: consolidar o novo regime, institucionalizá-lo com a aprovação de uma constituição e executar as reformas administrativas que se faziam necessárias.

A escolha do primeiro presidente brasileiro se deu de forma indireta, pois o próprio Deodoro da Fonseca se elegeu para governar o Brasil por 3 anos. Logo depois, veio o governo de Prudente de Moraes (1894 a 1898). E, em seguida, assumiu o presidente Campos Salles (1898 a 1902), o que criou o cargo dos governadores, para que, assim, pudessem ajudá-lo a governar cada Estado do Brasil.

Um tempo depois acabou sendo criada a política do café com leite, em que os presidentes elegidos eram de São Paulo ou de Minas Gerais. Os privilegiados com esta situação foram: Rodrigues Alves (1902 a 1906), Afonso Pena (1906 a 1909) e Nilo Peçanha (1909 a 1910).

Passados todos estes indivíduos na presidência, os militares intervieram, fazendo uma ditadura e que elegeram: Hermes da Fonseca, Venceslau Brás, Epitácio Pessoa, Washington e Getúlio Vargas, o qual em um de seus mandatos, acabou criando a constituição, salário mínimo, entre outros tantos benefícios para a população.

Depois do assassinato de Getúlio, Juscelino Kubitschek assumiu o poder. O que também tentou manter um progresso para o Brasil.

Entre tantos outros presidentes que colaboraram para o desenvolvimento do Brasil, como também a sua história, foram Jânio Quadros, Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médice, Ernesto Geisel, João Batista Figueiredo, Tancredo Neves (que, no entanto, morreu antes de tomar posse, assumindo o cargo, seu vice, José Sarney) e tantos outros presidentes até chegar aos últimos mandatos em que elegemos Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousselff.

Todos eles foram muito importantes para criar uma característica política brasileira. Paremos para refletir nos candidatos que temos, e usemos a própria história como uma forma de embasar nossa escolha em quem iremos votar.

As informações-base para este discurso vieram da Revista Época e do site elisaculturajovem.

Para melhor findar minha prédica, lhes contarei uma história;

"Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião de ferramentas para tirar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, entretanto, lhe foi notificado que teria de reunciar.

- Por que? Questionava o martelo com fortes batidas na mesa.

- Porque você passa o tempo todo fazendo barulho e golpeando tudo que encontra!

O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também o parafuso fosse expulso; disse que ele necessitava dar muitas voltas para que servisse para alguma coisa.

Ante ao ataque, o parafuso aceitou também, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Fez ver que era muito áspera em seu tratamento e sempre teria atrito com os demais.

A lixa estava de acordo, com a condição de que também fosse expulso o metro, que sempre ficava medindo aos demais segundo sua medida, como se fosse o único perfeito.

Nisso entrou o carpinteiro, colocou o avental e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a grossa madeira se converteu em um lindo móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia recomeçou a deliberação. Foi então que tomou a palavra o serrote, e disse:

- Senhores, se há demonstrado que todos temos defeitos, entretanto o carpinteiro trabalha com nossas qualidades. Isto é o que nos faz valiosos. Assim, superemos nossos pontos negativos e concentremo-nos na utilidade de nossos pontos positivos. A assembleia concluiu então que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para afinar e limar as asperezas e observaram que o metro era preciso e exato. Sentiram-se, então, uma equipe de produzir móveis de qualidade. Sentiram-se felizes com suas forças e por trabalharem juntos".

Então, eu só peço que também vejamos as qualidades dos presidentes que já tivemos e o que fizeram pelo Brasil.

Tenho dito, e muito obrigado!

Por Arthur Emilio Holdefer, aspirante do 3º ano

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