25 novembro, 2014

Discurso sobre o "Cinema"

A 27ª Sessão do Grêmio Literário Santo Antônio tratou de um tema de interesse e curiosidade para muitos: o cinema! O orador da noite, o agremiado Cledenir Bottesini, discorreu sobre a criação da 7ª arte, sobre Hollywood e as novas tecnologias de exibição. Confira seu discurso:


“Todos os homens que realizaram grandes coisas eram grandes sonhadores”.
(Orison Swett Marden)

Saúdo com grande estima a Mesa Diretora, composta pelo diretor em exercício, Frei Gilberto da Silva; pelo presidente, Gabriel Luiz Martinelli; e pelo secretário, Odilon Voss.
Também estendo minhas cordiais saudações a todos os agremiados, seminaristas, aspirantes, frades e convidados aqui presentes.

Quando estava escolhendo o tema, busquei não cair de volta no clima massivo e pesado, seguindo a motivação do último discurso do meu colega Vinícius de Menezes Fabreau, e, por isso, resolvi escolher um tema que eu particularmente adoro, e acho que todos aqui também gostam, alguns mais, outros menos, mas todos já viram. E assim irei falar-lhes, hoje, sobre a denominada 7º arte. Ela, que pode apresentar suspense, terror, comédia, romance, aventura ou todas essas juntas, num “mix”, agradando a todos. Acho que todos notaram, mas vale dizer, irei falar-lhes hoje sobre a cinematografia.

Para uma melhor compreensão vou dividi-la em três tópicos, a saber:
- a história dos filmes;
- a “Meca do Cinema”;
- os “Ds”.

Certamente, o dia 28/12/1895, é uma data muito especial no que diz respeito à história dos filmes, pois foi neste dia que, no salão Grand Cafe, em Paris, os irmãos Auguste e Louis Lumîere fizeram uma apresentação pública de seu invento, ao qual chamaram de cinematógrafo, que nada mais era do que a junção de três aparelhos, um de filmar, um de revelar e outro de projetar.

Esse pequeno evento promovido pelos dois, causou comoção nos trinta e poucos presentes, mas a notícia se alastrou e, pouco a pouco, esta arte conquistou o mundo, assim fazendo nascer uma indústria multimilionária.

Naquela tarde, o filme exposto foi “A chegada de um trem à Ciotat”, uma projeção bruta, se comparada aos dias de hoje. Falando assim parece que é fácil e bonito ver um filme, mas para chegar ao que temos e a essa 1° exibição foi preciso muitas outras coisas, desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento e a invenção de jogos ópticos.
Então, como essa 1° exibição foi possível?

Tudo começou muito tempo antes, em 1876 com Edward Muybridge que fez uma experiência basicamente simples: ele pôs vinte e quatro câmeras fotográficas ao longo de um hipódromo e fez uma sequência de fotos da passagem de um cavalo. A partir das fotos que obteve, remontou o movimento com o auxílio de um zoopraxicópio - uma espécie de projetor de slides, com isso ele obteve dois segundos de cena filmada.

O problema foi que ele utilizou um papel muito frágil e isso fez com que a projeção ficasse inadequada! Mesmo assim, foi uma vitória, afinal Edward obteve a síntese do movimento!
Uma filmagem quase que perfeita, só foi possível quando o engenheiro chefe da empresa Edson Laboratórios, o senhor William Kennedy Laurie Dickson, inventou uma tira de celuloide, contendo uma sequência de imagens, que seriam a base para a fotografia e projeção, que depois de muita evolução chegou ao “cartucho de filme”, para colocar em máquinas fotográficas, a um bom tempo atrás era usado.

Bom, depois de tantas evoluções e invenções, os filmes de longa metragem começaram a ser em feitos. Mas, na época dos irmãos Lumiere, eles conseguiram projetar um pequeno e lucrativo filme, no mesmo ano, eles lançaram outro: ”The Sprinkler Sprinkled”, menos de seis meses depois, Thomas Edison, também projetou um de seus filmes; e assim começaram às primeiras produções...

É importante lembrar que, desde o início, os inventores e produtores tentaram “casar” a imagem com um som sincronizado, mas nenhum conseguiu! Até a década de 1920. Ou seja, trinta anos, os filmes eram praticamente silenciosos, sendo acompanhados de música ao vivo, outras vezes de efeitos especiais, narração e diálogos escritos, presentes entre as cenas. Nessa época destacou-se um dos grandes ícones do cinema mundial o grande Charles Chaplin, em “Tempos Modernos” (principalmente).

Bom, com tanta evolução, tanta criação, tantos produtores, os filmes se espalharam pelo mundo, e um lugar em especial ganhou destaque, Nova York! O povo estadunidense adorou os filmes e por isso os Estados Unidos importaram e produziram “aos montes”, para atender à demanda. Esse crescimento na produção lá ocorrida, trouxe destaque a um povoado na costa Oeste de Nova York, chamado Hollywoodland. Lá, os produtores encontraram as condições perfeitas: dias ensolarados quase todo o ano, diferentes paisagens e quase todas as etnias, como negros, brancos, latinos, indianos orientais e muitas outras, um “banquete” de coadjuvantes. E surgiu a chamada “Meca do Cinema”, e Hollywood tornou-se o mais importante centro cinematográfico do planeta.

Agora lhes pergunto, quem de vocês nunca viu no começo de um filme o slogan das marcas Fox, Universal ou Paramount? Acho que todos já...  Pois bem, foi nessa época de “industrialização” que foram fundadas, e eram controladas por judeus que viam o cinema como um negocio, muito lucrativo por sinal!

Mas, não foi só isso que surgiu. Outro programa criado foi o “Star System”, sistema de promoção de estrelas, que revelou muitos dos famosos atores como: Sylvester Stallone, Marilyn Monroe e Johnny Depp.

Bom, basicamente, foi assim que surgiram os filmes e alguns atores. Depois de uma imagem, projetada e unida com sons pode-se ter um filme; e um tempo depois pode-se digitalizá-los, tornando assim possível de, quase todos os sábados, assistirmos algum na televisão!

No começo era projetada uma imagem com largura e altura, numa parede, mas com a modernidade, isso se tornou “pouco”. Então foi necessário adaptar outra tecnologia, que, diferente do que muitos pensam, é um sistema bastante antigo, o 3D. Ele apareceu pela 1°vez em 1838, em desenhos que, com o auxílio de um estereoscópio, uma espécie de microscópio que possibilita ver na 3° dimensão, em volume.

Mas afinal, o que é essa tecnologia 3D? Como funciona?
Nada mais é do que imagens com duas camadas de cor em uma tira de filme. Uma das camadas vermelha e outra azul ou verde. Para assistir é preciso um óculos apropriado, com lentes coloridas que forçam um olho a enxergar a seção vermelha e a outra azul ou verde, devido à diferença, o cérebro interpreta como uma imagem em três dimensões.

Essa técnica já fez com que pessoas tivessem dor de cabeça, náuseas e até lesões oculares. Mas desenvolveu-se um outro óculos para eliminar esses problemas: a solução foi a polarização das lentes, ou seja, dividiu-se em vários pedacinhos e cada um desses capta um feixe de luz emitido pela tela, o que melhorou muito a imagem e os problemas.

Mas se o 3D é tão antigo, por que só se destacou nos últimos anos?
Isso não é inteiramente verdade, ele já teve seus altos, mas começou a fazer sucesso em 2009, com o filme Avatar, que foi o 1° longa metragem em 100% em 3D.

O 3D é muito bom, mas o público sempre quer mais; então os “ds” tornaram-se mais conhecidos. Como o 4D... Mas, uma pequena dúvida, quantos “ds” existem?
Hoje, existem impressionantes “6ds”! Mas vamos por partes...

O 4D nada mais é que, salas de cinema com cadeiras especiais, com movimentos sincronizados com o filme, o 1° cinema 4D do Brasil fica em Alpen Park, na cidade de Canela – Rio Grande do Sul.

Já o 5D, acrescenta-se, além da imagem e do movimento, outros recursos como vento, fumaça, bolhas de sabão... e outros.

E no 6D, o que acontece? Na verdade é a mesma coisa, mas pode-se ter outros efeitos como aromas, e espirros de água... entre outros.

Chamar 4, 5 ou 6 D, na verdade é apenas um jogo de marketing, mas que agradam; fazem muitos sonharem e são muito legais...

Como modus procedendi, pensei em muitas coisas, desde convidar-lhes para assistir um filme ao término da sessão, até viajar para Canela, para ir ao cinema... Mas isso seria um pouco difícil! Apenas peço que, ao verem um filme ou até mesmo um pequeno vídeo, lembre-se que da evolução que foi necessária e de todos os homens que sonharam com isso... Também convido-vos a pensar no futuro... Será que as telas ainda existirão?

Como fontes de pesquisa usei os sites:
Infoescola.com
Suapesquisa.com
Comotvfunciona.com

E para melhor encerrar minha prédica a frase de Orson Welles:


“O cinema não tem fronteiras, nem limites. É um fluxo constante de sonho!”

Obrigado pela atenção e boa noite!

Por Cledenir Bottesini, seminarista do 2º ano.

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