07 março, 2015

Discurso sobre a "Crise hídrica no Sudeste"

Na 2ª Sessão Ordinária do Grêmio Literário Santo Antônio, o agremiado Matheus Rodrigues da Luz falou a todos, em seu discurso, sobre a crise hídrica que o Sudeste vem enfrentando, um tema, como se percebe, relevante e atual. Confira o discurso:


"O Sudeste sempre imaginou o Nordeste sem água, mas o que vemos hoje é o Sudeste sem água". (Dom Tarcísio).

Saúdo a Mesa Diretora composta por Frei Rodrigo da Silva Santos, diretor; Gabriel Isac Rodrigues da Silva, presidente; John Kelson Saraiva Pereira Alves, secretário; aos agremiados, seminaristas, ao Frei Marcos Estevam de Melo e ao  Frei Elias Dalla Rosa.

Na virada do século, em 2001, o especialista em recursos hídricos Marcos Freitas, então diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), foi convidado por uma revista a fazer projeções sobre o futuro do Brasil e como seria a vida dos brasileiros em 2015. Na época, a resposta de Freitas pareceu um tanto esdrúxula: o país, mesmo tendo o maior volume de água doce do planeta, viveria uma grave crise hídrica.

Há alguns meses, ouvimos por diversas vezes a situação da água no Sudeste do Brasil. É por este fato que venho vos falar hoje da crise hídrica que afeta principalmente São Paulo. E, para melhor entendimento de minha prédica, irei dividi-la em dois tópicos:

- a seca e suas causas;
- o futuro.

A seca em São Paulo, no último período chuvoso, que vai de outubro a março, foi uma das mais graves já registradas. Segundo dados do IAG (Instituto de Astronomia e Geofísica) da USP (Universidade de São Paulo), esta foi a temporada com menos chuvas desde 1969. É o décimo terceiro ano mais seco desde que as medições começaram, em 1934, e também a pior desde a criação do sistema Cantareira, em 1973. Vejamos agora os anos com menos chuvas:

1º - 1994, com 670,5 mm.
2º - 1934, com 697,7 mm.
3º - 1964, com 730,7 mm.
13º - 2014, com 887,2 mm. (Fonte: Dados da Estação do IAG/USP).

As consequências desta seca são a falta d'água para as atividades domésticas e comerciais de muitos estabelecimentos durante horas, ou mesmo dias seguidos, sobretudo nas regiões mais altas e afastadas dos centros onde se faz a reserva, o que pode gerar desconforto, problemas econômicos e de saúde.

Com tantos exemplos citados acima, estamos verdadeiramente cientes de que a água é um bem precioso para nós? Será que sabemos que sem ela não podemos viver? Pois parece que não estamos cientes de como ela é fundamental para nós, para as plantas, e animais, porque ela é muito desperdiçada em nosso país.

Devemos mudar, devemos economizar, porque ela é um bem precioso. Vamos pensar em nosso futuro, pois sabemos que nem todos vão continuar na vida religiosa, então devemos  preservar, pensar nas famílias que vão sofrer, porque não soubemos preservar. Mesmo que aqui no Sul, em Santa Catarina, onde não sofremos deste problema, devemos, mesmo assim, cuidar, pensar em quem esta por vir ao mundo. Não devemos ser pessoas ignorantes que não se preocupam com o mundo, com quem está sofrendo com tudo isso, por não preservarmos. Então, vamos pensar no nosso futuro.

No futuro será preciso ainda educar a população e as empresas para racionalizar o uso da água, com multas e tarifas mais altas durante os períodos de escassez. Educação ambiental e usos de equipamentos mais eficientes, que evitem desperdícios. Também será preciso aumentar a eficiência operacional das empresas que administram a distribuição de água, que ainda apresentam índices elevados de desperdício (cerca de 20% da água distribuída se perde em vazamentos), além de investir em tecnologias de reutilização da água.

Mesmo que você não esteja em São Paulo, economize água no dia a dia, ou seja, tome banhos mais rápidos, use baldes para lavar as calçadas, feche a torneira quando escovar os dentes, use menos água quando lavar a louça, entre outras medidas com que se pode diminuir o consumo d'água e prevenir as grandes secas. Use sua consciência!

Para melhor encerrar meu discurso, citarei a frase de Thomas Fuller: "Enquanto o poço não secar, não saberemos dar valor a água".

Tenho dito e muito obrigado!

Por Matheus Rodrigues da Luz, seminarista do 1º ano.

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