28 março, 2015

Discurso sobre o "Patriotismo"

Na 5ª Sessão do Grêmio Literário Santo Antônio, o agremiado Wilian Cesar Vicente falou a todos do sempre atual tema, Patriotismo, manifestando um posicionamento relevante ao momento político e social que estamos passando. Confira seu discurso:



"Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!"
(do Hino Nacional Brasileiro)

Saúdo com grande estima a Mesa Diretora, composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos, pelo presidente, Gabriel Isac Rodrigues da Silva, e pelo secretário, John Kelson Saraiva Pereira Alves. E, com a mesma alegria, saúdo a todos os demais agremiados, seminaristas e frades que fazem a graça de sua presença nesta noite.

Venho falar-vos hoje sobre um sentimento muito belo e honroso, sentimento esse que é construído dia após dia, mesclando amor, orgulho e coragem. Falo-vos hoje sobre uma força, que já moveu guerras e paz, avanços e retrocessos. Falo-vos hoje sobre o nosso patriotismo.

Para nós, brasileiros, não deveria ser difícil amar a Pátria. Para nós não deveria ser difícil cultivar um sentimento patriótico por essa terra verde, amarela, azul e branca. Mas, para muitos, hoje parece algo quase inimaginável. Honrar a Pátria, amar a nação, fazer algo pelo país, pra muito gente, parece papo de século XVIII. E isso me motivou a vir até aqui falar-vos sobre esse patriotismo, para, acima de tudo, defendê-lo. Para relembrar a cada um dos que me ouvem de que ainda podemos ajudar o nosso país a melhorar, a crescer, a se desenvolver. Podemos, por meio do patriotismo, criar um Brasil cada vez mais brasileiro.

Para um melhor entendimento de minha prédica, irei dividi-la em três pontos principais, a saber:
- a odisseia do povo brasileiro;
- os riscos de um olhar distante;
- as batalhas de hoje.

Inicio com a "odisseia do povo brasileiro". Desde a independência, é o povo o "fator X" da construção de nosso país. Os imperadores mantiveram o Brasil unido a custa de muito ouro e de muitos tiros de rifles e mosquetes, ouro este extraído por mãos brasileiras, negras; tiros estes disparados por brasileiros. A coroa imperial, os escravos e as tropas imperiais lutaram juntos para construir as bases desta nação. Os padres e religiosos vieram e o povo construiu uma fé. Fé esta que ajudou a moldar nossa terra. Veio a República, e por um país mais democrático lutaram nossos ancestrais. O povo sentiu na pele as guerras mundiais, uns lutando, outros trabalhando muito mais, e outros convivendo com o medo. Quando os males do comunismo se aproximaram do Brasil, os militares nos salvaram. Quando os militares se tornaram o problema, o povo teve que dar a cara pra bater.

Diretas já. Fora Collor. Vem pra rua. E agora, Fora Dilma. Definitivamente, o povo desta nação não é acomodado em sua situação. Esse povo, sem perder sua irreverência e seu jeito todo brasileiro de ser, fez, faz e vai continuar fazendo acontecer. Alguns chegam até a dizer que nosso tema deveria ser: "Novela e futebol", ao invés de "Ordem e progresso", mas, na verdade, esses "alguns" o dizem porque ainda não quiseram compreender esta terra e este povo.

O que nos leva ao próximo ponto: os "riscos de um olhar distante". O que seriam esses riscos e esse olhar distante? Bem, o olhar distante a que me refiro pode ser diagnosticado em uma boa parte por brasileiros. Camisas ornadas com a bandeira do Reino Unido, capas para celular com a bandeira dos Estados Unidos, idolatria a tantas culturas estrangeiras podem ser constatadas como sintoma dessa complexidade ideológica e cultural do olhar distante.

Como é comum encontrar pessoas com os seguintes pensamentos: "na Europa não é assim", ou "nos Estados Unidos é bem melhor". E aí mora o problema: menospreza-se o que é nosso, brasileiro, verde e amarelo, para substitui-lo por algo do exterior: música, roupas, carros, danças, esportes, política e economia... tudo o que é de "modelo importado" é melhor do que o nacional.

E o pior: quem permanece guardando sua cultura, seus costumes e seu jeito de ser original é tachado como estranho, antiquado, "quadrado", atrasado. Mas, estes últimos, não abandonam o barco. Eles são firmes na luta que travam por amor à Pátria, o que nos leva ao terceiro e último ponto.

Quais são essas "batalhas de hoje"? Que lutas envolvem os patriotas hoje? Para saber, basta ler um jornal, uma revista ou um blog de economia, política, sociologia ou assuntos relacionados. O Brasil de hoje está fragmentado em vários grupos que, apesar de serem quase idênticos, não concordam em absolutamente nada.

Como, por exemplo, a questão Dilma, que tem se tornado algo parecido com a cantiga dos escravos de Jó: tira, põe, "deixa ficar". Um grupo é a favor de Dilma, outros querem "impeachment", e outros, ainda, pedem uma intervenção militar. E é , assim, na cultura, no ensino, nas leis, no futebol, na religião. Algumas posições diferentes não podem mais nem coexistir em paz. E nessa confusão, quem sai perdendo é a Pátria, afinal, sem consenso entre as ideias, muito se fala e pouco se faz. Aí é que entra o principal de minha mensagem. E isto se faz em um convite.

Nosso país precisa de você, precisa da sua colaboração para caminhar para um presente e um futuro mais brilhantes. Precisa do seu voto consciente. Precisa do seu protesto, da sua voz nas ruas. Precisa da sua atenção ao que se passa em nosso território. Precisa de um povo crítico em suas decisões, e não levado pelas massas. Nosso país precisa que você cultive um espírito patriótico.

O meu "fora", hoje, não irá para a presidente, pois não é esse o foco do meu discurso. Detenho-me a dizer: fora antipatriotas, fora corruptos, fora idólatras dos estrangeiros, fora oportunistas, fora corja de destruidores do Brasil. E viva nossa Pátria, viva o povo brasileiro, viva o Brasil!

Para melhor encerrar meu discurso, cito a frase da ditadura militar:


"Brasil: ame-o ou deixe-o!"

Tenho dito e muito obrigado.

Por Wilian Cesar Vicente, seminarista do 2º ano.

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