28 novembro, 2015

O Encontro

Quantos acontecimentos passam em nossa vida e nos marcam profundamente, principalmente quando somos desafiados a nos transportar para uma realidade que costumeiramente não faz parte de nosso cotidiano e colocar-se não como mero coadjuvante, mas como participante ativo da mesma.

Um fato marcante ocorrido no seminário São Francisco de Assis foi a provocação feita no Retiro Anual dos Aspirantes de 2015, quando o pregador do retiro, Frei Valdir, fez o convite aos participantes a meditarem no mistério de Belém. Poder sentir, fazer a experiência de estar no mesmo ambiente do nascimento de Jesus e a partir disso colocar-se também na cruz, crucificado com o Cristo, olhando a humanidade com sentimentos capazes de expressar a grandeza desse ato.

De fato colocar-se no ambiente do estábulo, tem a capacidade de provocar em nós um encontro com o que de fato somos: húmus, pó, nada. Ao mesmo tempo parece que ali se prepara o encontro da miséria humana com a totalidade da graça de Deus. Existindo em forma humana, encontrou como lugar para seu nascimento somente um estábulo, que a princípio parece bastante impróprio a ser maternidade do Filho de Deus. Aí percebemos também a dificuldade que por vezes temos de ver a ação de Deus em coisas e lugares simples e humildes, quando só esperamos a sua manifestação gloriosa.

Quando chegou a noite voltamos ao estábulo carregando cada um a sua cruz, com velas acesas nas mãos, para fazer com a cruz a experiência de estar crucificado com Cristo, que olha a humanidade com amor e humildade e deixar fluir sentimentos nobres do nosso coração a partir do que a sensação de estar pregado, abandonado e desencontrado nos faz sentir.


Quando nos permitimos tais experiências, muita coisa pode mudar em nossa volta, ao passo que nossa visão de mundo se modifica, basta deixar que nesses momentos nos desencontremos do que tira o sentido da vida e encontremos o Altíssimo e Onipotente nas pequenas coisas e nos detalhes que podem facilmente passar despercebidos e que nos marcam profundamente.

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