14 junho, 2016

Discurso Sobre Ubuntu!



Uma filosofia africana muito simples e bonita foi o tema da 4ª Sessão do Grêmio Literário Santo Antônio conheça um pouco mais sobre o Ubuntu

"Jesus chorou" (Jo 11, 35).

Saúdo com grande apreço a mesa diretora composta pelo diretor frei Alberto Eckel Junior, presidente Lucas Moreira Almeida e o secretário Franklin Matheus da Costa. Estendo minhas saudações nos demais presentes nem especial ao Frei Robson Luiz Scudela.

Desde sempre as pessoas querem se dar bem em cima das outras, em Gênesis Cain mata Abel por inveja, por ciúmes José é vendido por seus irmãos e tantas outras histórias da bíblia, da humanidade mostram que para o ser humano é necessário ser melhor.

Em contrapartida uma palavra africana mostra o que é ser humano, o que é ser gente. Falarei sobre o Ubuntu. Para melhor compreensão de dividirei na minha prédica em dois tópicos, a saber, o que é Ubuntu e Ubuntu e Cristianismo.

Demos início ao primeiro tópico o que é Ubuntu?

O Ubuntu é uma filosofia e ética africana que não se sabe exatamente onde nasceu. Muitos dizem que surgiu no Egito e outros dizem que foi na África Subsaariana. No entanto ambos dão o mesmo significado palavra que traduzida para o português significa humanidade para com todos.  Mas o que isso significa?

Na tentativa de retradução da palavra a mesma ficaria “sou quem sou porque somos todos nós”, ou seja, uma pessoa com Ubuntu tem consciência de que ela é afetada quando um semelhante seu é afetado. É saber que eu não estou em um barco sozinho em alto mar, mas reconhecer que preciso do outro.

Me recordo que durante toda minha infância minha mãe sem saber o que é Ubuntu, me deu uma educação baseada nele, uma educação baseada no respeito ao próximo, na compaixão, na partilha, na empatia. Aposto que com vocês não foi diferente?!

Os africanos vão dizer que para o ser humano é necessário ser como os outros e ser como os outros devem ser tudo. Somos feitos únicos para ser um com o outro. Cristo nos disse que Ele é a videira e nós somos os ramos.  Nos disse que quando comemos e bebemos o Seu Corpo e Se Ele permanece em nós e nós nEle. Com isso entro no meu segundo tópico o Ubuntu tu e o cristianismo.

Segundo Chistifideles laici: “Cristo é a cabeça do corpo que é a igreja", ou seja, a igreja que somos é uma com Cristo.

Se membro deste corpo padece todo o corpo padece, ou ao menos deveria padecer. Isso é Ubuntu sentir na pele o que o outro sente ser um com o outro.

Citei o catolicismo apenas para ficar mais fácil à compreensão, mas esta ética não pode se limitar em religião. Mesmo sendo católico sou convidado a repartir, amar e sentir o outro que professa uma fé diferente da minha.

Para melhor entendemos podemos pegar a imagem da Santíssima Trindade três pessoas Pai, Filho e Espírito Santo, mas uma essência, uma substância. Temos que ser como a Trindade, ter comunhão, mas claro, cada um fazendo a sua parte como o Pai que cria, o Filho que salva e o Espírito e move a igreja com seus dons.

Cristo mesmo rezou ao Pai: “Que eles sejam um como Eu e Tu Somos um..." nos evangelhos não me chama a atenção o fato de Jesus multiplicar os pães e peixes tanto quanto me impressiona o dia em que Ele chorou ao saber do seu amigo Lázaro, o dia em que certamente Seus olhos se encheram de Lágrimas ao ver aquela mulher sendo arrastada na praça ao encontro do apedrejamento.

Isso me leva a pensar que Deus se preocupa conosco Ele se importa com a criação, para nos mostrar que devemos nos importar com uns com os outros, porque precisamos de todos, e de Adão e surge um novo homem Eva, é lagarta da que nasce a borboleta e da semente que nasce em árvore.

Tudo na natureza vive em harmonia, no entanto o homem perdeu essa essência, culpa do capitalismo, do querer ter, ser e poder, não sei se só esses fatos causaram esta perda. Penso que o principal fato foi quando o homem quis se tornar único, sozinho, isolado.

Ele se esqueceu de que ninguém ama sozinho, ninguém brinca sozinho, ninguém é igreja sozinho, ninguém é pai mãe filho, vô, vó sozinho ninguém é frade sozinho, ninguém faz filho sozinho, ninguém nasce sozinho. Gente precisa de gente pra ser gente. Essa filosofia resgatada da África tem muito a nos dizer no século em que vivemos

Vivamos, pois, essa ideia no nosso dia-a-dia, pratiquemos nossa fé em nossos semelhantes, tenhamos um olhar providente, misericordioso, capaz de ver Cristo no outro e amá-lo como nos ama o Altíssimo e Glorioso Deus.

Certo dia um antropólogo terminando os estudos dos costumes de uma aldeia africana resolve fazer uma gincana com as crianças, seria uma corrida de um ponto a outro, sendo que na chegada as esperava um pote de guloseimas.  Dada à largada, as crianças correram juntas até o pote de guloseimas e comemoraram a vitória de todas.  O antropólogo fica admirado e uma das crianças percebe e diz a ele: “Ubuntu tio, como uma de nós poderia ficar feliz se as outras estariam tristes?” Do tempo que ele lá estava não havia visto nada parecido, faltava apenas uma gincana para que ele entendesse o tudo daquele povo.

 Tenho dito e Ubuntu!!!


Por Flávio Ysmael dos Santos, aluno do 2º ano.

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