“Felizes
os humildes de coração pois deles é o Reino dos Ceús”
Tudo começou em uma segunda-feira do mês de agosto,
quando Frei Elias, responsável pelos trabalhos externos do Seminário disse: -
Peguem as pás e desçam a estrebaria!
O dia começou com nossa oração da manhã como de costume,
estudos, recreio fraterno, almoço e descanso após o almoço. As 14h00 saímos
e fomos a divisão dos trabalhos externos da casa, uns ficaram no bosque, outros
no jardim e eu com o outro aspirante Guilherme na estrebaria. Apesar de ter
vindo de uma realidade rural, nunca tive contato com estrume de boi e nunca
imaginei que no seminário existia estrebaria, como foi pedido, pegamos as pás e
pelo caminho a alegria era constante, pois nos perguntávamos como iriamos
“raspar” todo aquele estrume, qual seria a reação dos bois, até onde sabíamos
boi é bravo e dá “chifrada”, lembramos também dos testamentos de São Francisco
que narram que o santo junto com seus confrades ao chegarem a Roma para pedir a
aprovação da Ordem e serem renegados passa a noite juntos com os porcos, e isso
nos fez refletir sobre nossa vocação de ser franciscanos. Francisco só foi
capaz de repousar naquele lugar porque extrema era a sua humildade e pobreza, e
assim fizemos, coletamos todo o estrume e quando percebemos estávamos todos
sujos, o cheiro já não fazia diferença e estar na sujeira junto aqueles bois,
além de engraçado foi interessante pois até com eles já estávamos dialogando e
nos apresentando como franciscanos.
Esta segunda-feira diferente das outras marcou minha
passagem pelo seminário, no lugar onde menos imaginei experimentei a perfeita
alegria, junto com meu irmão aprendi o sentido da fraternidade, enquanto um
tirava o estrume o outro colocava no saco e juntos carregávamos até a parte de
fora da estrebaria, pudemos compartilhar momentos da vida de nosso querido São
Francisco e tudo isso graças ao seminário que nos ofereceu esta possibilidade
de descoberta. Este dia não teve fim porque ele continua na minha memória.
“Louvado sejas
meu Senhor por tuas criaturas”
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