22 novembro, 2014

A Pequena que se doa


Um pouco depois da entrada de nossa casa, o Seminário São Francisco de Assis, a direita de quem chega, pode-se ver um pedaço de terra coberto por grama e envolta por um lago de águas escuras e lodosas; é uma pequena ilha.


Nela, frades, seminaristas e visitantes conseguem se perenizar, conversar e refletir. A calma e harmonia presentes ali nos conectam e nos abre mais facilmente ao nosso interior e a Deus. Apesar de toda sua singeleza e simplicidade, a pequena transparece uma bonita lição.

Homem vem de húmus: terra fecunda, terra fértil; por isso a pequena ilha acolhe todos os homens que pisam em sua terra, fazem parte dela. Ela acolhe as árvores que nasceram dela, os pássaros que se alimentam nessas, e todas as criaturas que vão até ela.
Se silencia independente da ação feita a ela. Mesmo frequentemente os homens castigando-a descantado nela seus lixos.

Jamais cobra alguma coisa por ser o que é. Nem mesmo o agradecimento. Ela se da simplesmente. É como Deus: tudo suporta; tudo sofre; tudo acolhe.

Mas o que verdadeiramente provoca, é que apesar de sermos a parte do planeta que pensa que sente e que ama, diversas vezes não agimos como a pequena ilha. Ela nos ensina a sermos humanos.


Ela, a ilha, merece nosso respeito e cuidado. Somos co-responsáveis pelo seu destino. Podemos ser o satã, como podemos ser seu anjo da guarda bom.

Num sentido mais amplo; interpretando nossa ilha como símbolo da natureza; importa caminharmos com ela e jamais contra ela. No dizer de um fradezinho, cumpre refazermos uma aliança de fraternidade e de respeito. Custosamente ela chegou até nós, e é nosso dever passa-la adiante.

Por Lucas de Moura Justino Souza, aspirante

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