07 novembro, 2014

Discurso sobre São Francisco de Assis

No dia 05 de outubro, dia seguinte à festa de São Francisco de Assis, a fraternidade se reuniu no Espaço Cultural do seminário para a sessão solene do Seráfico Pai, quando o agremiado Edinei Sgarbossa ofereceu seu discurso de exaltação às grandes preocupações e virtudes defendidas pelo santo: a solidariedade para com os pobres, a obediência ao Evangelho e a convivência fraterna. Confira este belo discurso!


“Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão”.
(São Francisco de Assis)

Saúdo a Mesa Diretora, composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; pelo presidente, Gabriel Luiz Martinelli; secretário, Odilon Voss; e estendo a minha cordial saudação aos meus colegas agremiados, seminaristas, aspirantes e, em especial, aos freis que se fazem presentes.

Hoje dirijo as minhas palavras sobre São Francisco de Assis, homem mestre na oração, que cativou a todos, que teve a vida por doação em castidade, pobreza e obediência, que porventura soube dar seu sim ao chamado de Deus.

Ele que antes da conversão, não dava muita importância aos pobres, ficava indiferente com a situação dos mesmos, mas no decorrer de sua vida começou a perceber, de fato, a atuação deles, mas isso não era o bastante para que ele se comovesse, para que tivesse compaixão. Mas depois caiu em si, que o plano dele era o mesmo de Deus, e assim começa um breve arrependimento. Onde sentiu um chamado, o qual não sabia como respondê-lo por diversas situações.

Ele estava preso às coisas que o afastavam de Deus e de sua santa vontade, para fazer a vontade de seu Pai, ele devia antes libertar-se daquilo que o prendia para que assim, pudesse ser livre para seguir a Deus. E essa tal libertação, ele conseguiu em Deus através da oração e penitência, e também no contato com o leproso, onde o abraçou e beijou, e sentiu compaixão. 

E para um melhor entendimento de minha prédica vou dividi-la em três tópicos, sendo eles os que Francisco mais pregava.
- Serviço pelos pobres
- Obediência ao Evangelho
- Convívio fraterno.

Hoje, pedem-nos uma resposta às desigualdades crescentes entre os poucos ricos, sempre mais ricos, e a massa dos pobres, onde sempre falta o necessário. E o nosso estilo fraterno de vida em solidariedade com os últimos, mais do que o serviço a eles, superação de toda diferenciação de raça e ao mesmo tempo renúncia a qualquer compromisso com o consumismo que nos cerca.

Pedem-nos que sejamos homens de justiça de reconciliação de paz, num mundo guiado apenas pelo lucro econômico e pela competição. Mais uma vez, o que nos falta não é a palavra ou gestos isolados de generosidade, mas formas concretas, alternativas de vida em fraternidade.

“Afinal a terra é de Deus, e nós somos propriedade sua”, por isso temos a tarefa de partilhar o que é dado a todos, sem arrogância, e restituído a Deus em ação de graças.

São Francisco, levou uma vida radicalmente seguindo o Evangelho, em espirito de oração e devoção e comunhão fraterna, deu seu testemunho de penitência e minoridade. E, em espirito de caridade para com os homens, anunciando o Evangelho ao mundo inteiro, e por obras pregou a reconciliação a paz e a justiça. E por isso em suas mensagens São Francisco é capaz de despertar simpatia e acolhida em todas as culturas.

São Francisco nos deixou um legado que devemos nos igualar ao outro (sem individualismo), devemos deixar de lado desconfianças, preconceitos e muitas outras coisas, que impedem um diálogo construtivo e um serviço fraterno.
Pois abrir-se, confrontar-se, acolher e dialogar é o fundamento de nossa vida fraterna, são os instrumentos para esclarecer, fortificar e realizar o nosso comum projeto evangélico, e por isso o convívio é a condição para fazer renascer novas motivações que estimulam a criatividade, e a confiança em si mesmo.

E agora eu lhes pergunto o que São Francisco nos mostrou? Mostrou que todas as pessoas são capazes de mudar o mundo, provocando transformações profundas em nosso ser. Mostrou a todos, que somos capazes de sentir amor, e de amar aos amigos e inimigos, curar e pregar a paz.

E neste momento, convido o agremiado Ruan Felipe Sguissard, para fazer a leitura de uma oração de São Francisco de Assis:

“Onipotente, eterno, justo e misericordioso Deus, dai a nós míseros fazer, por vós mesmo, o que sabemos que vós quereis, e sempre querer o que vos apraz, para que, interiormente purificados, interiormente iluminados e acesos no fogo do Espírito Santo, possamos seguir os vestígios do vosso Filho dileto, nosso Senhor Jesus Cristo, e chegar só por vossa graça, a vós, ó Altíssimo, que na Trindade perfeita e na Unidade simples viveis e reinais e sois glorificado, Deus onipotente por todos os séculos dos séculos. Amém”. (CtOr. 50-52)

Essa oração é como uma força para a nossa vocação, como foi para São Francisco, que após ter renunciado todas as riquezas que, porventura, possam atrapalhar a vida de uma pessoa, deu início à Ordem Franciscana, OFM.

Ele ainda dizia que a vida de comunhão fraterna exige que os irmãos observem a regra e as constituições, tenham um modo de viver semelhante, participem dos atos da vida em comum, da evangelização e do trabalho, coloquem à disposição da fraternidade todos os cargos e títulos que tenham recebido.

E após todas estas palavras sobre São Francisco de Assis, termino meu discurso com a frase do mesmo. “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”.

Tenho dito, e muito obrigado!

Por Edinei Sgarbossa, seminarista do 2º ano.

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