09 maio, 2015

Discurso sobre "Maria e a economia da Graça"

Na 9ª Sessão do Grêmio Literário Santo Antônio, Maria foi homenageada por um belo discurso feito pelo secretário da agremiação, John Kelson. Confira seu discurso na íntegra!


"Quanta dignidade a da Virgem Gloriosa! Mereceu ser mãe d'Aquele que é sustento e beleza dos anjos e figura de todos os santos!" (Santo Antônio)

É com grande prazer e alegria que saúdo a Mesa Diretora composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos, e pelo presidente, Gabriel Isac Rodrigues da Silva. E estendo as minhas cordiais saudações aos agremiados, seminaristas e frades que aqui se fazem presentes.


Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres. Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Cara assembleia, motivei-me a falar de Maria devido a minha grande devoção para com ela e também pelos exemplos de devoção que os grandes santos deram, como São Francisco, São João Paulo II, Frei Galvão, Santo Antônio, entre outros.

E, para o maior entendimento de minha prédica, dividirei-a em dois tópicos, a saber:
- o mundo esperava a resposta de Maria;
- a maternidade de Maria na economia da graça.

Maria ouviu que conceberia e daria à luz um filho, por obra do Espírito Santo. O anjo esperava sua resposta, pois já era tempo de voltar para Deus que o enviou. Nós também, esmagados por uma sentença de condenação, esperávamos sua palavra de misericórdia. Eis que, para Maria, foi oferecido o preço de nossa salvação. Se ela consentisse, seríamos livres. Todos fomos criados pelo Verbo Eterno, mas caímos na morte. Com uma breve resposta de Maria, seríamos recriados e novamente chamados à vida. Adão, expulso do paraíso com sua mísera descendência, implorava a resposta de Maria. Abraão a implorava. Davi a implorava. O mundo inteiro a implorava.

E não era sem razão, pois da palavra de Maria dependia o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados. Enfim, a salvação de todos os filhos de Adão e de toda a sua raça.

Maria não podia demorar, precisava apenas crer e consentir. Precisava também que sua humildade se enchesse de coragem e sua modéstia de confiança. A modéstia de Maria, no silêncio, foi agradável a Deus, mas era necessário que ela mostrasse sua piedade pela palavra.

E Maria, diante disso, não hesitou, pois abriu seu coração à fé, seus lábios ao consentimento, seu seio ao Criador e disse: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra." (Lc 1,38). E foi assim que Maria desempenhou seu papel no plano da salvação. E é isso que nos leva ao segundo tópico: a maternidade de Maria na economia da graça.

A Santíssima Virgem, desde toda a eternidade, por disposição divina, foi predestinada a ser Mãe de Deus com a encarnação do Verbo Divino.

Ela concebeu, gerou, amamentou o Cristo, apresentou-o ao Pai no templo, sofreu com ele na cruz. Assim, ela cooperou de modo absolutamente singular pela obediência e pela fé na obra do Salvador, para restaurar a vida sobrenatural das almas.

Por tudo isso, ela tornou-se nossa mãe na ordem da graça. Maria, mesmo depois de ser elevada ao céu, não abandonou essa missão salvífica, mas por sua múltipla intercessão, continua  obter-nos os dons da salvação eterna. Com seu amor materno, ela cuida daqueles que ainda peregrinam rodeados de perigo até que sejam conduzidos à pátria eterna.

Por isso, a Virgem Maria é invocada na Igreja com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira. Isso, porém, deve ser entendido de tal modo que nada tire, nem acrescente à dignidade e eficácia de Cristo. E a Igreja não hesita em atribuir à Maria uma função subordinada. Pois sempre experimenta de novo a graça e a encomenda aos corações dos fieis, para que, apoiados nessa proteção materna, se unam mais ao Mediador e Salvador.

As fontes que usei para fazer o discurso foram a homilia de São Bernardo, abade; textos de Gregório de Nissa; e a Constituição Dogmática Lumen gentium.

Irmãos, tomando o exemplo de Maria, serva que se doou a um projeto maior, um projeto de Deus, nós podemos construir uma caminhada baseada num projeto parecido, seja no diálogo com as pessoas ao nosso redor, seja em cada pequena tarefa do nosso dia a dia, seja nos momentos de dúvidas e incertezas. Nós devemos dar testemunho da grandiosidade de Deus para contagiarmos mais a se entregarem a Deus, que também se entregou por nós. 

E agora, estimada assembleia, relembrando o exemplo de Maria, cantemos todos: "Minh'alma da glórias ao Senhor...".

Termino minha prédica com a frase de São Luiz Maria Grignon de Monfort:


"Deus juntou todas as águas e fez o mar. Deus juntou todas as graças e fez Maria".

Tenho dito e muito obrigado!

Por John Kelson Saraiva Pereira Alves, seminarista do 3º ano.

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