15 maio, 2014

Discurso sobre o "Amor de Mãe"

No último domingo, o agremiado Arthur Emilio Holdefer, proferiu seu discurso sobre o "Amor de Mãe", justamente no final de semana em que o Dia das Mães era celebrado e ele tinha a graça de receber sua família no seminário. Um discurso com uma destinatária especial: sua mãe Arceli. Confira o discurso na íntegra:


"A vida é o mais precioso presente oferecido pelos deuses ao mundo, e deve-se protegê-la da melhor forma possível. Lutas devem ser evitadas e, mesmo quando absolutamente necessárias, jamais deve-se tirar a vida de outro ser. A vida das mulheres e crianças é ainda mais sagrada". (Marcelo Cassaro)

Saúdo com estima a mesa diretora composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; pelo presidente, Gabriel Luiz Martinelli; e o secretário, Odilon Voss; e estendo minhas saudações à minha família e a todos os meus amigos agremiados e seminaristas que se fazem presentes.

Lena, é uma deusa de um mundo de fantasia medieval fictício. Ela é a deusa da fertilidade e da cura, enfim, a deusa da vida. Ela é louvada principalmente em vilas e regiões rurais e ela é rogada por mulheres ou mães que estão com filhos prestes a nascer para que ela conceda proteção e saúde a seus filhos.

As orações à Lena também são realizadas em época de plantio para que tenham uma boa colheita. A maioria dos fieis são mulheres, embora haja adoradores homens.

Em geral, Lena é representada como uma menina humana de nove anos.

Motivei-me a falar do amor e a dedicação de uma mãe por seus filhos, não foi somente porque fui incumbido para tratar do tema "mãe", mas para dar enfoque às mães, ou àquela pessoa que pretende se sacrificar para nos oferecer o melhor.

Conforme o dicionário de Língua Portuguesa "Scottini", o amor é algo incondicional, pleno, completo, absoluto, que não impõem condições ou limites para se amar. Quem ama de forma incondicional não espera nada em troca. O amor está em primeiro lugar. O amor incondicional é generoso, altruísta e infinito. É o típico "amor de mãe", que é dado livremente, independente do que recebe de volta.

O amor de mãe, na verdade, não há palavras para descrever. É um amor que simplesmente nunca acaba. Por piores que os filhos sejam, as mães os amam do jeito que forem, sendo brancos ou negros, todas exercem a sua função e, por isso, devem ser exaltadas por esta função não tão fácil.

Tem aquelas que por mais que estejam morando de baixo de uma ponte, e estejam passando fome, ao receber um prato de comida, elas primeiro oferecem a seu filho e só depois a si próprias, pois elas preferem ver seus filhos felizes do que passar fome.

Mas o amor de mãe não se mantém apenas por seus filhos. Ele ultrapassa os laços familiares, como o projeto "Mães de Maio", que foi criado em Buenos Aires, Argentina, na Praça de Maio, durante o período da ditadura militar naquele país (1976-1983). Eram mães que pediam notícias de seus filhos desaparecidos, mas também se encontravam para tentarem se consolar. O movimento foi tão grande que quando houve a ditadura militar no Brasil, o projeto foi adotado pelas mães brasileiras.

Mas o programa "Mães de Maio" não se extinguiu. Ele ainda continua existindo nos dias de hoje. Uma das manifestações mais recentes e que trouxe repercussão foi a manifestação contra a chacina em São Paulo, na qual jovens foram mortos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no ano de 2006. As manifestações ocorreram durante os dias 11 até 15 de maio. O chacina gerou uma média de 500 jovens assassinados. As "mães de maio" saíram às ruas para consolar as mães desamparadas por perderem seus filhos durante este conflito.

O amor de mãe é tão grande que até acaba se estendendo como auxílio a outras mães que estejam passando por dificuldades.

Antes de findar meu discurso, pediria que ao final desta sessão, quem tem a mãe por perto, que fosse até ela e a agradecesse por tudo de bom que ela já tenha feito por você. Mas, quem tem a mãe longe neste momento, que pegue seu telefone celular ao final da sessão e ligue para ela, agradecendo por ser uma guerreira que está sempre lhe protegendo e guiando para o melhor caminho.

E, para melhor encerrar minha prédica, irei contar uma história comovente que ocorreu no Japão após um dos terremotos lá ocorridos.

"Quando só restavam ruínas, os bombeiros procuravam sobreviventes em meio aos destroços e acabaram encontrando o corpo de uma mulher em uma posição estranha, ao se aproximar viram que seu corpo estava debruçado. Enquanto suas mãos apoiavam algo que não conseguiam enxergar. A casa havia caído em cima da mulher. O líder da equipe de resgate se aproximou cada vez mais do corpo, na expectativa de que a mulher estivesse viva, porém, sem sucesso.

Quando a equipe já estava indo embora, como que por pressentimento, o líder da equipe resolveu voltar e olhar novamente a mulher. Ajoelhando através das pequenas rachaduras, ele gritou para seus colegas que havia uma criança lá. Ao resgatar a criança, descobriram um menino de 3 meses, enrolado em um cobertor abaixo do corpo da mulher.

O menino, filho da mulher encontrada, estava carregando junto ao cobertor um celular, no qual havia uma mensagem da mãe para a criança, que dizia: 'Se você puder sobreviver, você deve se lembrar que eu te amo'.

O menino sobreviveu. No momento em que foi encontrado estava dormindo e seguro sob o corpo de sua mãe. A mãe preferiu se sacrificar para a sobrevivência de seu filho".

Feliz Dia das Mães!

Por Arthur Emilio Holdefer, seminarista do 3º ano.

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