28 agosto, 2013

Discurso sobre o "Jornal"


"Tenho mais medo de três jornais do que cem baionetas". (Napoleão Bonaparte)

Saúdo com estima o diretor deste centro acadêmico, Frei Rodrigo da Silva Santos; o presidente, Gustavo Antônio Gomes Ferreira; e o secretário, Ítalo Viggiani dos Santos. Também estendo minhas saudações a todos os agremiados e não-agremiados aqui presentes.

Venho esta noite para lhes falar de algo muito importante, porém, em nosso cotidiano, nem damos a devida importância e que, com os avanços tecnológicos (internet, televisão e rádio), vem sendo abandonado ou, simplesmente, deixado de lado: o jornal. Ele, com suas notícias, nos mantém informados sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo, sendo um dos maiores meios de comunicação de todos os tempos.

Para possibilitar a melhor compreensão da minha prédica, irei dividi-la em três tópicos, que são:

- o jornal;
- sua evolução;
- Diário Catarinense.

Segundo a definição do dicionário Aurélio, da língua portuguesa, o jornal é tido como uma gazeta diária, periódico ou escrito no qual se relatam os acontecimentos do dia a dia. Porém, ao meu ver, o jornal vai muito além dessa compreensão. Nele não estão somente as notícias, mas sim, curiosidades, quadros de humor, artigos de opinião, receitas culinárias, crônicas, anúncios das mais diferentes áreas, piadas e até horóscopo, no qual muita gente diz não dar valor, mas ainda sim dá uma espiada.

Agora, quero-lhes fazer umas perguntas: vocês conhecem a história do jornal? Onde ele surgiu? Como foi sua evolução?

Os primeiros registros dos jornais surgiram na Roma Antiga. Não tinha data definida, e consistia em boletins de anúncios do governo chamado Acta Diurna. Esses boletins eram, na maioria das vezes, esculpidos em pedra ou placas de metal e exibidos em lugares públicos. Porém, eram caros para o governo e demoravam muito tempo para ficarem prontos.

Na China circulava um outro tipo de jornal, entre os anos 713 a 734 d.C.: o "Kaujuan Za Bao" ou "Boletim da Corte", que trazia notícias escritas à mão em tecidos de seda e lidos pelos oficiais do governo ao povo, pois eram os poucos que sabiam ler, trazendo assim a notícia ao povo.

Com o início da Era Moderna, e com o maior desenvolvimento da Europa, criou-se uma maior necessidade de informação. Em 1556, o governo da República de Veneza (Itália) começou a publicar o mensal "Notizie Escritte" (Notícia Escrita), o primeiro registro de jornal a ser vendido.

Porém, nenhuma dessas publicações atende aos critérios clássicos para serem considerados um jornal, pois não eram destinados ao grande público.

Algo muito importante para a evolução do jornal, foi que em 1440, o alemão Gutemberg desenvolve a imprensa que permitia produzir e reproduzir volumes e impressos muito mais rápido do que escrito. Assim, o jornal ganha força em países como a França e a Alemanha a partir do século XVII.

Depois do Iluminismo e da Revolução Francesa, cria-se uma nova visão intelectual do mundo e dos direitos humanos. Os jornais além de dar força aos movimentos, cresciam em vendas e em páginas (tamanho).

O grande salto para a evolução do jornal foi com a criação de impressoras a vapor, após a Revolução Industrial, possibilitando a publicação periódica em grande escala e em menor tempo. E, aos poucos, a publicidade foi entrando no veículo do jornal, ajudando a baixar o preço final do exemplar.

O jornal só ganhou cor (além do preto e branco) em 1890, com a invenção da máquina de quatro cores norte-americana.

Agora irei falar de um jornal específico que nós todos temos grande contato: o Diário Catarinense.

O Diário Catarinense é o maior jornal de tiragem e de mais ampla circulação no estado de Santa Catarina. O DC, como é conhecido, foi fundado em 5 de maio de 1986, e é editado pela Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), que também publica outros jornais e mantém as emissoras de televisão afiliadas à Rede Globo nos estados do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O Diário foi o primeiro jornal informatizado da América Latina e, além disso, foi o primeiro jornal do estado a utilizar fotos coloridas.

Uma curiosidade que poucos sabem é que o papel de impressora (utilizado no jornal) é mais barato e de menor qualidade, porém é ecológico por ser feito a partir de livros antigos, pedaços de madeira não utilizada em móveis e fibras recicladas, assim utilizando pouca matéria prima.

Hoje, com outros meios de comunicação, o jornal vem perdendo espaço na publicidade mundial. Vários deles fecharam ou reduziram suas operações. Por outro lado, o Brasil é uma exceção, pois foi um país em que a tiragem dos jornais impressos cresceu 4,2% em 2010.

Portanto, fica aí o aviso: quando vir um jornal abandonado, não o rejeite e faça que nem o percebeu, pois você estará abandonando uma fonte imensa de informação e sabedoria.

E, para finalizar, citarei a frase de Charles Lamb: "Os jornais excitam sempre a curiosidade. Ninguém larga nenhum jornal sem uma sensação de desapontamento".

Por Odilon Voss, seminarista do 2º ano

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