A Igreja tem um antigo costume de denominar o Ofício das Leituras e Laudes da Sexta-Feira Santa de Ofício das Trevas, e o Ofício das Leituras e Laudes do Sábado Santo de Ofício da Luz. A oração cotidiana da Igreja, assim, nestes dois dias adquire um sentido próprio.
Dispõe-se sete velas acesas no altar ou no candelabro e, ao final de cada salmo, uma é apagada, lembrando a dor e a escuridão da Terra pela paixão e morte do Filho de Deus. No Sábado Santo, com as velas apagadas, é acendida uma após cada salmo, fazendo memória da sepultura do Senhor e do momento em que ele desceu à mansão dos mortos e libertou todos os cativos do pecado, mas que morreram na esperança da ressurreição.
Aqui, no seminário, após dias de ensaio, às oito horas e trinta minutos da Sexta-Feira Santa e do Sábado Santo, juntamente com toda a Igreja, fizemos memória dos dias da morte e do silêncio, meditando cada estrofe, verso, sílaba cantados, ao som discretíssimo do órgão para sustentar o nosso canto e esperando, com toda a Criação, o dia que celebramos a nossa verdadeira e definitiva libertação.
Por Lucas Moreira Almeida, seminarista do 2º ano.
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