23 outubro, 2013

Discurso sobre a "Imaculada Mãe do Mundo"


Na 26ª Sessão do Grêmio Literário Santo Antônio deste ano, o seminarista agremiado há poucas semanas, Robson do Prado, proferiu seu primeiro discurso preparado com antecedência, falando sobre Maria, a imaculada mãe de Deus e da Igreja, revelando uma profunda devoção e sensibilidade ao falar no tema. Confira o discurso na íntegra:

"A sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado". (Sab 1,4)

Saúdo com estima a mesa diretora composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; presidente, Gustavo Antônio Gomes Ferreira; e o secretário, Ítalo Viggiani Santos; e estendo minha cordial saudação a todos os que aqui se fazem presentes.

Ao nascer, fomos corrompidos pelo pecado original. Não estávamos sujeitos a isso, mas o homem, por livre escolha caiu no engano da tentação. E foi por isso que me motivei a falar de uma mulher diferente de todos os seres humanos. Uma mulher sem essa mancha, que foi escolhida por Deus para gerar em seu ventre a Sabedoria divina.

Tenho como objetivo prestar devoção àquela que tem a lua debaixo dos pés e que foi coroada com doze estrelas do céu. "O nome da virgem é Maria" (Lc 1,28).

Para melhor compreensão de minha prédica irei dividi-la em três partes, sendo elas:
- a Imaculada Conceição;
- Maria, nossa mãe;
- Maria, mãe da Igreja.

No dia 08 de dezembro de 1854, o papa Pio IX declarou, decretou e definiu a verdade sobre a Imaculada Conceição como dogma de fé, isto é, uma verdade para ser aceita e acreditada por todos nós, católicos. Ele tinha como objetivo provar que Maria não fôra manchada pela culpa original como nós, os outros filhos de Adão.

Se nós tivéssemos a capacidade de escolher nossa própria mãe, nós a faríamos a melhor criatura deste mundo, a mais bela, a mais perfeita, livre de todo defeito. Isso a nós é impossível, mas para Deus não. Ele criou para ser mãe de seu filho a mais bela e mais santa das criaturas.

Deus a preservou sem a transmissão do pecado original, porque Jesus jamais poderia ser concebido num ventre sujeito ao pecado, porque o pecado lhe é ofensa. Sem dúvidas, Maria é a nova Eva que não se deixou enganar pela serpente e lhe pisou na cabeça, pois desde sua natividade, Deus já a tinha escolhido para ser o "paraíso para o novo Adão", como diz São Luiz.

Agora que falei de Adão e Eva, recordei que na Bíblia eles deram origem aos seres humanos de Deus. Maria também deu origem a um novo ser.

Esse ser foi Jesus, que amou tanto sua mãe que nos deu a ela como seus filhos para que ela interceda a Ele por nós. E é dessa adoção de Maria por nós que vou tratar agora.

Jesus, então, vendo a sua mãe, e perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: "Mulher, eis o teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis a tua mãe!" E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa. (Jo 19,26-27).

Na cruz, Jesus agonizante deu-nos nova prova de seu imenso amor para conosco. Deu-nos sua própria mãe. Neste momento, João, o discípulo amado, nos representava a todos que cremos em Jesus, pois também nós podemos ser o discípulo amado.

Vocês devem estar se perguntando como nós, pecadores, podemos ser como o discípulo amado? Pois bem, meus irmãos em Cristo, podemos ser como João, o amado, fazendo tudo aquilo que Jesus nos pede!

No episódio da cruz, fomos todos constituídos filhos espirituais de Maria. Foi esse o último dom de Jesus antes de nos dar o Espírito Santo. Falando em Espírito Santo, chegamos a mais uma parte de minha prédica, ou melhor, a última parte.

Maria, como uma boa mãe que ama seu filho, se fez discípula d'Ele, se tornando, então, a primeira seguidora do Messias. Como diz a música, ela foi a primeira cristã, porque foi a primeira que amou Cristo e o carregou em seu ventre, coração e mente.

Foi por ela que aconteceu a primeira adoração, ainda lá no estábulo, em Belém, quando os magos a encontraram. Ela que intercedeu pelo primeiro milagre, quando falou a seu filho que não tinha mais vinho, no casamento em Caná.

Na entrega do sacrifício, debaixo da cruz estava ela, a mais pura mulher em prantos, mesmo entendendo o mistério, neste momento a espada de dor transpassou seu coração, tornando Maria a virgem das dores. Na gloriosa ascensão estava ela, olhando a subida de seu filho ao céu onde ocuparia seu poderoso trono. E, enfim, no Cenáculo, também estava ela, reunida com os apóstolos em oração, quando recebeu os dons do Espírito Santo, que comemoramos hoje como solenidade de Pentecostes.

Por esses e outros motivos, podemos considerar que Maria é a mãe da Igreja, porque esteve presente e foi o motivo do início.

Agora, meus caros, pergunto-vos: "Existirá no mundo mulher mais santa que a Santíssima Virgem Maria? Uma mulher que adote por filhos todos nós, os pecadores? Ou que esteve mais presente no início da Igreja que ela?".

Temos que confessar que o mundo jamais irá ver, novamente, mulher com tal fulgor como a Virgem de Nazaré, aquela que teve total contato com a Trindade Santa. Filha e serva de Deus Pai, mãe do Deus Filho e esposa do Deus Espírito Santo. Ela é a morada eterna de Deus.

Cabe a nós descobrirmos no mais íntimo do nosso coração o esplendor de Maria, que se fez digna de receber em seu ventre a Sabedoria.

E para melhor findar minha prédica, vamos rezar todos juntos a oração "Saudação à Mãe de Deus", de São Francisco de Assis":

"Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria,
que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho
e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor!
Salve, ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas,
pela graça e iluminação do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis,
transformando-os de infiéis em servos fiéis de Deus!
Amém!

Tenho dito e muito obrigado!

Por Robson Geovani Batista do Prado, seminarista do 2º ano.

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