25 abril, 2014

Discurso sobre a "Crimeia anexada à Rússia"

No dia 11 de abril, a 7ª Sessão do Grêmio Literário Santo Antônio abordou o tema da anexação da Crimeia pela Rússia. O polêmico tema foi escolhido pelo orador, Alison Marcos Schons. Confira seu discurso!


"No coração e na mente das pessoas, a Crimeia sempre foi uma parte inseparável da Rússia". (Vladimir Putin)

Saúdo a Mesa Diretora composta pelo diretor, Frei Rodrigo da Silva Santos; o presidente, Gabriel Luiz Martinelli; e o secretário, Odilon Voss. Saúdo também nesta noite meus amigos agremiados e seminaristas que se fazem presentes, em especial o Frei Marcos Prado dos Santos e os aspirantes Willian Bernardi e Walcir Oliveira.

Subo à esta tribuna hoje para vos falar de um tema ocorrido há pouco tempo atrás que até hoje ainda faz muita polêmica. Quero, desde já, deixar claro que não estou defendendo ninguém, mas, sim, deixando às claras o que se passa entre a Rússia e os outros países, mas, com maior enfoque na discussão entre ela e os Estados Unidos.

Para melhor compreendimento de minha prédica, irei falar sobre a "Guerra Fria" entre Barack Obama e Vladimir Putin.

O conflito na Ucrânia, que se estende há mais de três meses, migrou da Praça da Independência, em Kiev, para a Crimeia, região autônoma ao sul do país. No dia 6 de março, o parlamento da Crimeia antecipou a realização de um referendo sobre a adesão da região à Rússia. A votação foi marcada para 16 de março e levou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a se pronunciar de forma contundente.

Para ele, isso "violaria as leis internacionais e da Ucrânia". A resposta do presidente russo, Vladimir Putin, veio no mesmo tom: "O governo da Ucrânia, apoiado pelos Estados Unidos, ameaça a vida e a saúde dos cidadãos russos e de muitos compatriotas na Crimeia".

Alimentada por discursos inflamados, a crescente tensão entre os dois países coloca a crise da Ucrânia como o maior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.

Barack Obama e Vladimir Putin parecem saudosos da Guerra Fria, mas eles estão inseridos em um contexto totalmente diferente. O tabuleiro de forças internacionais mudou. A polarização entre as duas grandes potências não faz mais sentido diante do poder crescente da China e de outros emergentes. Para a Rússia e os Estados Unidos, uma ação militar contra um rival do outro lado do planeta é alto tão improvável quanto absurdo.

Uma guerra significaria articular coalizões, mas, num mundo cada vez mais global, que país estaria disposto a colecionar inimigos sob o risco de ferir suas relações econômicas? A Europa, que tem sustentado apoio aos Estados Unidos, responde por um comércio bilateral com Moscou no valor de US$ 340 bilhões e depende do gás natural vindo da Rússia. Por sua vez, sem esses recursos, a balança comercial russa perderia volume em exportações e o governo deixaria de receber metade de suas receitas. Quem estaria disposto a correr esses riscos?

Em tempos em que a guerra ideológica do capitalismo contra o comunismo pertence aos livros de história, a resposta escolhida pelos Estados Unidos e a União Europeia se deu mesmo pela via diplomática, a única realmente possível nestes novos tempos.

E, para melhor encerrar esta prédica, citarei uma frase de Barack Obama em conversa com o presidente russo Dmitri Medvedev:


"Os Estados Unidos e a Rússia tem mais coisas em comum, que diferenças".

Tenho dito e muito obrigado!

Por Alison Marcos Schons, seminarista do 3º ano.

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